Icasa ameaça repetir ato do Barueri e não entrar em campo contra o Vasco

Com salários atrasados, jogadores do Verdão do Cariri podem atender sugestão de presidente do Sindicato dos Atletas do Estado do Ceará de não entrar em campo

 

O Grêmio Barueri pode fazer escola. Após os jogadores do clube paulista não entrarem em campo na última sexta-feira (15) por conta de salários atrasados, a cena pode se repetir no futebol brasileiro. Com o mesmo problema, os atletas do Icasa podem “se inspirar” na equipe do Sudeste e não entrar em campo contra o Vasco, nesta sexta-feira (22), em jogo válido pela 18ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, no Estádio Romeirão, em Juazeiro do Norte. 

Marcos Gaúcho, presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Ceará (Safece), sugeriu aos jogadores que não entrem em campo contra o Gigante da Colina.

– Sou contra essa atitude de jogador não entrar em campo, mas se a situação não melhorar até lá, serei o primeiro a sugerir que eles não entrem em campo. Vamos usar o exemplo do Barueri que, inclusive, teve total apoio do adversário. É uma medida extrema, mas a situação está insustentável – declarou Gaúcho.

Gerente de futebol do Icasa, André Turatto comentou a declaração do presidente do Safece. Para o dirigente, “radicalismos” não irão resolver a situação.

– Fui jogador até ontem. Sei como funciona a situação. Os jogadores também estão bem cientes do que está acontecendo no clube. Vejo essa como uma ação mais do próprio Sindicato do que dos atletas do Icasa. Opinar de fora, sem conhecimento pleno da situação interna, é muito fácil. Sobre agir como o Barueri, uma pergunta. Adiantou alguma coisa para o Barueri? Reitero que radicalismo não resolve nada. Quem está dentro do clube está vendo o que está acontecendo. O que posso dizer é que a diretoria do clube está se reunindo para tomar as providências – declarou.

Em nota oficial, o Safece declarou total apoio aos jogadores do Verdão do Cariri, que preferem não comentar a possível paralisação. Marcos Gaúcho explicou que mantém contato com a diretoria do Icasa para que providências sejam tomadas e que pelo menos parte dos salários sejam pagos até a quinta-feira (21).

– Na quinta-feira, vou ao clube para conversar com os jogadores. Se já tiverem resolvido as pendências, serei o primeiro a dar parabéns à diretoria. Caso contrário, irei sugerir novamente que os jogadores não entrem em campo – afirmou.

O presidente do Sindicato ainda afirmou que irá à Delegacia Regional do Trabalho (DRT) protocolar uma denúncia contra a equipe.

– Tenho falado sempre com ele (André Turatto, gerente de futebol do Icasa), porque ele é quem faz o meio de campo entre atletas e diretoria, e ele está bastante aflito. Ele disse que está conversando com a diretoria e que ainda aguarda um posicionamento do clube – concluiu.

Marcos Gaúcho se baseia no mesmo artigo usado pelos jogadores do Barueri para não entrar em campo na sexta-feira. Segundo o artigo 32, da Lei 9.615/98: “É lícito ao atleta profissional recusar competir por entidade de prática desportiva quando seus salários, no todo ou em parte, estiverem atrasados em dois ou mais meses”.

Com 18 pontos, o Icasa ocupa a 15ª posição na tabela de classificação. O Verdão do Cariri está a dois pontos do Oeste, primeiro da zona da degola.

Fonte: Globo Esporte