Ceará
Hemoce recebe doação média de 100 mil bolsas de sangue por ano

O número dá uma média de 8,3 mil doações por mês, 274 por dia, ou 11 por hora. Durante a coleta, cada voluntário doa cerca de 450 ml de sangue. Antes de ser transfundido, o material passa por testes e exames sorológicos.
São cerca de 40 minutos para se doar um pouco de vida a até quatro pessoas. O Dia Nacional do Doador de Sangue é lembrado, hoje (25), como forma de incentivar gestos de solidariedade que abastecem mais de 450 serviços de saúde no Ceará, entre hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), policlínicas e clínicas de hemodiálise, nos 184 municípios do Estado. Para isso, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) recebeu, em média, 100 mil doações por ano, em 2017 e 2018.
Segundo a entidade, graças às atitudes, o estoque está “dentro da regularidade para atender à demanda transfusional no Ceará”. O número dá uma média de 8,3 mil doações por mês, 274 por dia, ou 11 por hora. Durante a coleta, cada voluntário doa cerca de 450 ml de sangue. Antes de ser transfundido, o material passa por testes e exames sorológicos.
O sangue de cearenses ajudou em diversos tratamentos do comerciante mineiro Elício Barbosa de Jesus, de 56 anos, que há cinco vive na Capital para receber tratamento no Hospital Geral de Fortaleza (HGF). A unidade é a que mais recebe bolsas de sangue no Estado. Por lá, ele já passou por hemodiálises, amputação de um pé e transplante de rins, e agora aguarda um transplante de pâncreas.
Na trajetória hospitalar, ele contabiliza sete bolsas de sangue do tipo O+ recebidas. “Foram pessoas que me socorreram e me devolveram a confiança de viver, porque você é um morto-vivo e, quando recebe, volta à vida”, relata o comerciante, que nunca doou sangue porque não havia postos de coleta próximos ao local onde morava, em Minas Gerais. Hoje, ele incentiva a própria família a doar não só o líquido, mas também órgãos.
“Eu sou um dependente. Minha vida está no receber essa doação, em receber esse amor. E agora, com outro transplante, vou precisar de novo”, resume Elício. Ele segue “acreditando que vai dar tudo certo”. Questionado se retornará a Minas Gerais após a recuperação, o homem hesita. “É um ponto de interrogação. Fui tão bem recebido e atendido que metade do meu coração está aqui”, desfaz-se em gratidão.
Captação
Apesar de as doações estarem dentro do esperado, as captações de novos doadores são um trabalho constante no Estado, segundo explica a assistente social do Hemoce, Alessandra Moraes. Principalmente pelo fato, segundo destaca, do aumento das unidades de atendimento a cada ano.
Nesse contexto, a principal estratégia é o aspecto educacional, segundo diz. “A gente tenta de toda a forma incutir na população sobre a importância de doar de uma forma voluntária. A questão da solidariedade, da ajuda ao próximo, de saber que o sangue é um componente que não tem como chegar à farmácia e comprar. A gente depende totalmente daquele doador para que outras pessoas possam sobreviver”.
É justamente esse voluntariado que move a iniciativa da guarda municipal, Solange Melo, 37 anos, moradora do bairro Siqueira. Há 11 anos, Solange realiza, pelo menos duas doações de sangue por ano. O procedimento teve início dois anos após o pai de Solange falecer em decorrência de um câncer. “Ele ficou doente em 2002. Um câncer de estômago que estava bem avançado. Durante todo esse período, passou por três cirurgias e todas as vezes precisou de doação de sangue. Foi colostomizado e, muitas vezes, ele precisava voltar ao hospital”, relata.
Após a perda do pai, Solange, que tem o tipo sanguíneo O-, considerado o doador universal, passou a doar sistematicamente. “Quando meu pai adoeceu, vi que é muito importante doar. Não me importa quem é aquela pessoa que vai receber ou o que ela faz, se eu posso ajudar essa pessoa a renovar a vida”, acrescenta. Solange alterna as doações entre o centro de hematologia público e o privado.

Em 2019, incrementou ação solidária e passou também a doar plaquetas (fragmentos de células produzidas na medula óssea fundamentais para o processo de coagulação sanguínea). “Nas doações de sangue, soube que tem muitas crianças que, quando têm um quadro de leucemia, precisam de plaquetas. Aí decidi também iniciar a doação. Doei pela primeira vez em abril para uma criança”.
Em relação ao procedimento de doação em si, Solange tranquiliza aqueles que têm medo: “passa rápido”. A diferença, conta ela, é basicamente o tempo de duração da coleta da substância doada. Quando é sangue, Solange diz levar cerca de 40 minutos. No caso das plaquetas varia entre 1h30min e 1h40min.
Na doação de plaquetas, explica ela, é necessário também ficar atento às orientações indicadas em uma máquina sobre a hora de movimentar o braço.
Para ser um doador, é preciso estar saudável, bem alimentado, pesar mais de 50kg, ter entre 16 e 69 anos de idade e apresentar um documento de identificação oficial e com foto. Conforme a assistente social do Hemoce Alessandra Moraes, após o cadastro na instituição, é preciso passar por uma triagem, na qual são avaliadas as condições de saúde. Após a doação, são realizados exames laboratoriais para análise da amostra, além da identificação do fator RH, quando são feitas pesquisas de anticorpos irregulares.
“Para a transfusão, não basta ter o mesmo tipo sanguíneo. Simultâneo a esses resultados, a gente faz o processamento do sangue, que é dividir aquela bolsa nos componentes. Ela vai ser dividida em plaquetas, hemácias, plasma e a gente ainda consegue fazer o crioprecipitado, que é muito comum em pacientes hemofílicos”, explica a assistente social do Hemoce.
Fonte: Diário do Nordeste
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