Família de policial morto em invasão de quadrilha a delegacia será indenizada em R$ 100 mil

A Justiça decidiu que o estado do Ceará deve indenizar em R$100 mil a família de um policial que foi morto em serviço em 2017 na cidade de Milhã, no interior do Ceará. O policial, que fazia parte da Polícia Militar (PM), foi atingido na cabeça por um tiro disparado por uma quadrilha que invadiu a Delegacia Municipal de Milhã para libertar presos em dezembro daquele ano. A indenização será dividida igualmente, com R$ 50 mil destinados à viúva e R$ 50 mil ao filho do policial.

No julgamento, o estado argumentou que não poderia ser responsabilizado por ações de terceiros e que a morte do policial não estava relacionada a qualquer ação ou omissão da administração. Embora tenha lamentado a perda do agente, o estado enfatizou que o risco de tiroteios, como o ocorrido naquele dia, são inerentes à profissão escolhida pela vítima.

No entanto, a desembargadora Tereze Neumann Duarte Chaves, relatora do caso, afirmou que “é dever do Estado zelar pela incolumidade física e moral de seus servidores, ao proporcionar condições adequadas de trabalho, principalmente aos policiais, devido à sua constante exposição à criminalidade”.

De acordo com o processo, o agente chegou à delegacia para auxiliar outros policiais e agentes penitenciários que estavam tentando evitar a fuga de detentos. A decisão de indenização foi tomada em dezembro de 2023.

Na época, noticiamos que quatro detentos, três homens e uma mulher, conseguiram fugir com a ajuda da quadrilha. Izaías dos Santos Lima, de 41 anos, foi atingido na cabeça durante uma troca de tiros com os suspeitos e morreu enquanto recebia atendimento médico. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele foi atendido no hospital local e transferido de helicóptero para Fortaleza, mas não resistiu aos ferimentos.

O policial militar Izaías dos Santos Lima servia na 2ª Companhia do 9º Batalhão de Polícia Militar. Ele ingressou na Polícia Militar do Estado do Ceará em 15 de junho de 1998.