Extinção da Uerj é “guerra cultural” contra universidades, dizem instituições de ensino

Onze instituições públicas de ensino e pesquisa do estado do Rio de Janeiro divulgaram na última segunda-feira (23) um manifesto em defesa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) diante da tramitação do Projeto de Lei 4.673/21, de autoria do deputado Anderson Moraes (PSL-RJ), que propõe a extinção Uerj e a transferência do seu patrimônio e alunos para a iniciativa privada.

O documento ressalta a importância da Uerj, principalmente, como precursora do sistema de cotas nas universidades do país. A política afirmativa da instituição completa 18 anos em 2021.

“A Uerj ocupa um lugar de destaque na educação de jovens e na produção científica nacional, tendo sido pioneira na introdução do sistema de cotas entre as universidades brasileiras, o que contribuiu para a aceleração do processo de inclusão no ambiente universitário”, pontua o manifesto.

A carta também lembra que o Brasil vive um momento de sucessivos ataques à ciência e pesquisa e que a comunidade acadêmica deve estar unida para defender as instituições de ensino.

“A proposta vem no contexto de uma guerra cultural contra as Universidades e a Ciência, constituindo-se em um ataque não só à Uerj, mas a toda comunidade acadêmica e científica do Estado do Rio de Janeiro, que está mobilizada para a defesa da Universidade pública, gratuita, referenciada socialmente e de excelência”, afirma o documento.

A publicação no Diário Oficial do PL que propõe a extinção da Uerj ocorreu na última quinta-feira (19). O projeto é datado de maio.

De acordo com a Agência Brasil, o presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT), confirmou que o documento está no sistema da Casa, mas garantiu que a chance de ser colocado em votação, na sua gestão, é nula. “Enquanto eu for presidente, este é um debate que não vamos enfrentar”, afirmou Ceciliano.

Fonte: Brasil de Fato