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Iguatu

Ex-vereador confirma acordo entre Ednaldo Lavor e Roberto Filho e afirma que 50% já foi cumprido

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Eudisvan Silva também ameaça revelar nomes de vereadores que teriam comprado votos para aprovar aumento salarial logo após as eleições de 2024

O município de Iguatu pode estar diante do maior escândalo político-eleitoral de sua história recente. Em entrevista exclusiva concedida no dia 24 de abril de 2025 ao podcast Baião de Dois, comandado pelo radialista João Inácio e pelo jornalista Luís Sucupira, do canal Sem Meias Verdades, o ex-vereador Eudisvan Silva confirmou a existência de um acordo político entre o atual prefeito Roberto Filho e o ex-prefeito Ednaldo Lavor, revelando que cerca de 50% do pacto já foi cumprido e que o restante será executado ao longo do mandato. O vereador não especificou se esses compromissos eram políticos ou financeiros.

Segundo Eudisvan, o acordo foi selado ainda antes da eleição municipal de 2024, em reuniões realizadas nas residências do empresário Demir Amorim, do empresário Anderson Teixeira e do ex-vereador Jocélio Viana, este último que teve seus direitos políticos cassados por oito anos em primeira instância. Os compromissos firmados incluíam:

  • Apoio de Ednaldo à candidatura de Roberto Filho à Prefeitura;
  • Entrega da presidência da Câmara Municipal;
  • Indicação de nomes ao Legislativo estadual;
  • E apoio futuro de Roberto Filho à candidatura de Ednaldo Lavor a deputado estadual.

A presidência da Câmara foi, de fato, ocupada por Diego Felipe, parlamentar próximo do grupo político de Ednaldo. Para Eudisvan, essa é a principal evidência de que o acordo começou a ser cumprido logo após as eleições. Ele também apontou que aproximadamente metade do pacto já foi executada, justificando que o restante seria concretizado ao longo do mandato.

Vídeo perde relevância após confirmação de quem “era da cozinha” de Ednaldo

Com essas revelações, boatos antigos sobre a existência de um suposto vídeo do acordo político entre Ednaldo Lavor e Roberto Filho perdem importância e relevância política. Isso porque, agora, a confirmação parte de uma fonte que integrava o núcleo duro do grupo político de Ednaldo, alguém que, como se diz no popular, “era da cozinha” da casa do ex-prefeito.

Eudisvan foi, inclusive, o único aliado político de expressão que se manteve ao lado de Ednaldo Lavor no momento mais crítico de sua carreira, quando o ex-prefeito foi afastado judicialmente do cargo e o comando do município passou às mãos do então presidente da Câmara, vereador Ronald Bezerra.

Essa lealdade, combinada à posição estratégica de Eudisvan dentro do grupo, confere alto grau de credibilidade às suas declarações. Ou seja, não se trata mais de suposições ou de vídeos duvidosos: trata-se de um testemunho direto, com detalhes, datas e nomes.

Benefícios parlamentares teriam sido mantidos

Outro ponto sensível revelado por Eudisvan foi a continuidade dos benefícios concedidos aos vereadores da base aliada. Segundo ele, as regalias que os parlamentares da situação tinham durante a gestão de Ednaldo Lavor seguiram intactas na administração de Roberto Filho, o que, na sua visão, comprova a manutenção do mesmo modelo político baseado em favores, benesses e acordos de bastidor. E o mais importante: Ednaldo é quem indicaria o presidente da Câmara de Iguatu!

Essa continuidade, segundo o ex-vereador, é parte essencial do acordo, já que manter os vereadores satisfeitos seria fundamental para garantir governabilidade e fidelidade nas votações estratégicas na Câmara Municipal. E está todo mundo junto e ninguém soltou a mão de ninguém!

Ameaça de novas revelações e possível improbidade administrativa

Durante a entrevista, Eudisvan também fez uma denúncia alarmante: ameaçou divulgar os nomes dos vereadores que teriam comprado votos para aprovar o aumento dos próprios salários, votação essa que ocorreu logo após as eleições de 2024 e com efeitos a partir de 2025.

Essa prática — se comprovada — pode configurar ato de improbidade administrativa, principalmente por envolver vantagens indevidas para obtenção de apoio político em votações de interesse direto dos próprios parlamentares, prática condenada pelo ordenamento jurídico e frequentemente alvo de ação do Ministério Público.

“Esses vereadores sabem o que fizeram. Se quiserem me desmentir, posso revelar um por um”, afirmou Eudisvan, em tom direto e desafiador.

Discurso de campanha de Roberto Filho perde sustentação

As revelações de Eudisvan, que foi por anos um dos aliados mais próximos de Ednaldo Lavor, derrubam de vez o discurso mantido por Roberto Filho durante toda a campanha eleitoral, na qual garantiu que não possuía qualquer aliança com o ex-prefeito.

Para o eleitor que confiou em um projeto de renovação, independência política e ruptura com práticas antigas, a confirmação do acordo representa uma quebra de confiança e um estelionato eleitoral. Com a credibilidade de Eudisvan e o silêncio mantido até agora por Ednaldo Lavor, as declarações ganham ainda mais força e gravidade.

Integridade democrática ameaçada

As informações trazidas à tona colocam em xeque a lisura do processo democrático em Iguatu. Acordos eleitorais firmados às escondidas, uso político da presidência da Câmara, manutenção de benefícios a vereadores e possíveis compras de votos para votações estratégicas representam uma grave ameaça ao Estado de Direito e à representatividade legítima dos mandatos.

Diante disso, o Ministério Público e os órgãos competentes precisam agir com celeridade e firmeza para apurar os fatos narrados, responsabilizar eventuais envolvidos e restaurar a confiança da população no sistema político local.

Nota da Redação

Esta coluna abre espaço para o prefeito Roberto Filho e o ex-prefeito Ednaldo Lavor para que comentem as declarações de Eudisvan Silva. Até o fechamento desta matéria, ambos não se manifestaram. O espaço segue aberto para eventuais esclarecimentos.

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