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Estudo mostra desigualdades na evolução de pacientes com covid-19

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Publicado no International Journal for Equity in Health, um estudo revela que as disparidades na mortalidade de pacientes hospitalizados por COVID-19 estão associadas não apenas à faixa etária e à gravidade do caso, mas também a desigualdades sociais, regionais e no acesso a cuidados de alta qualidade.

A pesquisa utilizou dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os resultados indicaram que mais de 70% das internações por COVID-19 no Brasil foram atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Embora o SUS tenha atendido os grupos populacionais mais vulneráveis, a mortalidade hospitalar ajustada foi inferior em comparação com hospitais privados e filantrópicos não vinculados ao SUS, em sua maioria atendendo a classes socioeconômicas mais privilegiadas através de planos privados de saúde acessíveis.

A Região Sul do Brasil teve o melhor desempenho entre as macrorregiões, enquanto a Região Norte apresentou o pior desempenho. Indivíduos negros e indígenas, residentes em municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e internados fora de suas cidades de residência, apresentaram maior probabilidade de mortalidade hospitalar.

Além disso, as taxas ajustadas de mortalidade hospitalar foram mais elevadas nos picos da pandemia e significativamente reduzidas após a vacinação contra a COVID-19 atingir uma cobertura razoável a partir de julho de 2021.

As pesquisadoras destacam a importância crucial do SUS na prestação de cuidados de saúde, dado que a maioria das internações por COVID-19 foi coberta pelo sistema público de saúde brasileiro. No entanto, os resultados também evidenciam fragilidades no desempenho das unidades hospitalares do SUS em comparação com o setor privado, indicando problemas estruturais e de financiamento acumulados. Os achados apontam também para uma maior mortalidade hospitalar por COVID-19 entre pessoas pretas em todas as regiões do Brasil e entre indígenas nas regiões Norte e Centro-Oeste.

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