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Estudantes determinados de Iguatu ingressam em curso de Direito/Urca

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Estudantes determinados de Iguatu ingressam em curso de Direito/Urca
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Persistência e perseverança definem a vida de dois novos ingressos do curso acadêmico de Direito da Universidade Regional do Cariri (URCA), campus Iguatu. Ambos nesse meio tempo além da bagagem educacional adquirida, tiveram como bônus o amadurecimento emocional, o controle dos nervos e aumento da autoconfiança. Os personagens dessa reportagem venceram pontos como conciliar o tempo de estudos com a rotina de trabalho e assistência à família.

Para muitos o vestibular é a primeira grande prova da vida, no entanto Francisco Renato Dias Mendonça, 34, teve que adiar essa etapa por 16 anos, priorizando sua família composta por uma filha de 06 anos e sua esposa, desde que terminou seus estudos no Colégio Ruy Barbosa dedicou-se ao trabalho. Atuando como costureiro, agricultor, vendedor, mecânico e funcionário de uma companhia elétrica, chegou a ficar desempregado, mas ganhou uma chance de seus primos, os médicos Dr. Roberto Mendonça e Dr. Leonardo Mendonça, como “contínuo” – nome dado ao profissional que trabalha em escritórios exercendo variadas tarefas, como o transporte de correspondências e documentos – junto da oportunidade, veio o desafio de conciliar o emprego com a missão de entrar em um banco universitário.

15 anos sem estudar

“Eles me deram essa missão de entrar numa faculdade. Estava há mais de 15 anos sem pegar num livro. Fiz o ‘cursinho Fênix’ por cinco meses, estudava entre um afazer e outro, banco de praça, dentro do carro, em casa. Tive ajuda de muitos, dos meus primos, do dono do cursinho, amigos e da família. Minha filha sempre compreendia e dizia que só não brincaria comigo quando estivesse estudando”, contou.

Reportagem repercutida na Rádio Mais FM

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Com 1001 pontos, Renato, que reside no Distrito da Vila São Pedro, foi aprovado na primeira vez em que prestou o vestibular. Ele não deixou de sofrer com a ansiedade até ter sua matrícula efetuada, pois ficou aprovado nos classificáveis. “Sempre acreditei. Meus primos estavam satisfeitos com fato o de logo na primeira vez ter conseguido um bom resultado. Eu queria a vaga. Tinham que desistir 8 candidatos. Quando chamaram nome por nome, o coração acelerava demais ao ver que as pessoas não compareciam. Quando disseram “Francisco”, dei um salto, gritei, nem esperei que dissessem meu segundo nome. Foi um grito de desabafo, de vitória!”, relembrou.

Jarbas é tentou sete vestibulares até ser aprovado em direito – (Foto Thiedo Henrique/Mais FM)

7 vestibulares

Procurar o próprio nome e ter a decepção de não o encontrar nas listas de aprovação, e saber recomeçar. Foi essa a rotina em seis vestibulares de Jarbas Alves dos Santos, 28, que terminou seus estudos em 2004 no colégio Filgueiras Lima. Residente na Vila Neuma, “Jarbinhas”, como é popularmente conhecido, foi criado pelo pai com seis irmãos. Desde os 13 anos de idade trabalhou como jardineiro e entregador em frigorífico, atualmente exerce a profissão de auxiliar de escritório de uma empresa de engenharia.

Direito sempre foi seu sonho, mesmo com pontuação boa para conseguir vaga em outro seguimento de curso acadêmico. “Quando ia visitar o fórum, dizia pra mim: um dia vou trabalhar aqui. E para isso vou ter que estudar e ingressar em Direito. ‘Morro tentando, mas não morro sem tentar’, sempre dizia isso para os amigos”, lembrou ao dizer que a palavra desistir não existia no seu dicionário. “A cada decepção ficava pra baixo, mas não podia desistir. Esperava passar dois, três dias, e começava novamente”, assegurou.

Sua perseverança foi premiada na sétima tentativa e por pouco escapou. Também aprovado nos classificáveis, precisaria que seis pessoas à frente de sua posição desistissem. Na chamada apenas uma pessoa que ficou na colocação acima da sua compareceu, porém não teve sua matrícula efetuada por conta da não apresentação de um comprovante de documentação exigido. “Foi um dia muito feliz! Me tremia de emoção, mal conseguia assinar o papel da matrícula de tão nervoso que fiquei”, disse.

Planos

Ambos dividiram as salas do mesmo cursinho e trocavam incentivos. “Ele olhava pra mim e dizia: ‘vamos conseguir, nossa hora vai chegar’. Isso era motivador”, afirmou Jarbinhas.

Os colegas que têm a determinação em comum já fazem planos para após os cinco anos, quando concluírem o curso. “Quero tentar entrar na promotoria, é uma área que me atrai. Tentarei aprovação no exame da OAB e espero ser aprovado na primeira tentativa”, brincou Jarbas.

Já Renato tentará prestar concursos. “A área de carreiras no setor jurídico me atrai. Quem sabe não passe em algum cargo no Tribunal de Justiça do Estado?”, indagou.

Renato e Jarbas iniciaram suas aulas no último dia 05 (segunda-feira), compartilharam e provaram que frustrações e sonhos não só podem ser superados e conquistados, como também transformados em estímulos essenciais para o sucesso.

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