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Entre Olhares: Credibilidade

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Manhã chuvosa desta segunda feira. No trajeto de casa para o trabalho chamou-me à atenção o estado de “conservação” e duas iniciativas pontuais de melhoria numa das rodovias estaduais que cortam a nossa cidade. Esse cenário me trouxe a lembrança de inúmeros questionamentos que os movimentos sociais vivem se debatendo no sentido de educar a sociedade a fim de que cidadãos e cidadãs brasileiros façam valer seus direitos e recebam do Estado o serviço que lhe é pago.

O próprio Poder Público está tomando a iniciativa através da campanha educativa do Tribunal Superior Eleitoral – TSE. Não basta delegar, não é cabível simplesmente transferir a responsabilidade pessoal e terceirizá-la. É preciso que todos nós tenhamos uma postura indelével de acompanhar, colaborar, contribuir, exigir, intransigir e denunciar, inclusive judicialmente junto ao Ministério Público, os descasos dos nossos mandatários em relação às suas atribuições e responsabilidades.

A existência de uma sociedade justa, igualitária, solidária, responsável e fraterna exige uma EDUCAÇÃO pública, gratuita e de qualidade, com garantias de acesso, permanência e sucesso indistintamente para todos. Família, escola, professores, estudantes e os movimentos sociais precisam estar enfileirados, uníssonos e fortalecidos a fim de que isso não seja apenas um sonho, uma retórica ou um eufemismo político verborrágico daqueles que apenas querem se eleger.

É a PARTICIPAÇÃO pública consciente e politizada que pode conferir aos nossos mandatários a CREDIBILIDADE oportuna, necessária e insubstituível a fim de que seus feitos e efeitos sejam confirmados e sacramentados. Quando o Poder e emana do Povo e em seu nome é exercido, nada mais óbvio que lhe faça render os benefícios. Isso claramente é o que se chama POPULARIDADE, livre e desvinculada do criminoso populismo. Este, gera dependência, subserviência, desonestidade, corrupção, propina e demais mazelas que diariamente são manchetes nos noticiários.

O mandatário que se vê às voltas com dificuldades até mesmo para nomear um auxiliar seu, precisa urgentemente fazer uma reflexão acerca da sua credibilidade. Ao meu ver fica muito claro que este mandato está pra mais do que comprometido, pois nem mesmo auxiliares está mais encontrando para cumprir a contento com as obrigações que lhe foram outorgadas através do voto. Isso é por demais preocupante, considerando o comprometimento da coisa pública.

Na renúncia de Sua Santidade Bento XVI escrevi um artigo elogiando a clarividência, coragem e o espírito empreendedor do então Papa. É preciso coragem, humildade e desapego para reconhecer a realidade, os erros e buscar um novo rumo, uma outra trajetória, se redimir dos equívocos, refazer o foco e, em última instância, até mesmo entregar o bastão, a fim de que o que é público, não seja comprometido. Nestes aspectos, o caso emblemático da Igreja Católica foi exemplar e educativo. Restabeleceu a sua CREDIBILIDADE.

*Por: Lucio José de Oliveira Oliveira

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