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Encontro une histórias e colecionadores de bicicletas antigas

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O Benfica recebeu a terceira edição do encontro de colecionadores e admiradores de bicicletas antigas. Com mais de cem modelos à mostra, dia foi de compartilhar lembranças e trocar experiências

A bicicleta feminina lançada em 1933 pela fabricante alemã ABG ganhou destaque, na manhã de ontem, no 3° Encontro de Bicicletas Antigas, realizado em Fortaleza. Sobre ela, o relato é de ter sido a primeira a chegar à cidade de Quixadá (no Sertão Central) após ser comprada em Portugal, atraindo olhares curiosos dos moradores. Ontem, voltou a ser alvo dos admiradores por ser a mais antiga entre mais de cem modelos expostos na praça João Gentil, no bairro Benfica.

Foi o enfeite de águia no para-lama dianteiro que permitiu identificar o modelo. Quem fez o restauro foi Marco Antônio Ximenes, um dos organizadores do evento. Descobrir as características originais da bicicleta foi possível com ajuda de colecionadores de outros Estados e pesquisas online. E foi pelas conversas nas redes sociais que o dono da segunda bicicleta mais antiga chegou até a praça ontem. De Caicó, no Rio Grande do Norte, o comerciante Ronaldo Figueiredo levou a também alemã Wanderer, adequada à estatura alta dos europeus e fabricada em 1935.

São mais de 200 modelos anteriores à década de 1970 no acervo de Ronaldo. Hoje com 47 anos, lembra de quando morava no bairro Álvaro Weyne e sonhava em ter uma bicicleta. “Meu pai não tinha condições. Eu ia para as oficinas aprender a consertar no fim da tarde e aproveitava para dar umas voltas. Comprei a primeira com o dinheiro que ganhava lavando carro”, recorda.

Histórias

Bem conhecido entre os colecionadores cearenses, o aposentado João Batista, de Morada Nova, também só teve o primeiro modelo depois de muito tempo querendo. “Dos anos 1960 para trás, bicicleta era sinônimo de status. A pessoa passava um ano juntando dinheiro para conseguir comprar”, conta.
De Limoeiro do Norte, vieram para o encontro ainda dois exemplares restaurados. Uma foi a brasileira Galáxia, de 1967. Pertencia ao padre da cidade. “Todo colecionador da região queria. Ele me deu por consideração à minha avó”, conta Francisco José Barros, 50. A segunda, uma Monark sueca de 1958, era do porteiro da escola onde estudou Francisco. “Até hoje Limoeiro tem muitos ciclistas, passeatas com até 350 bicicletas. É cidade plana, e não sei se o preço da gasolina ajuda”, brinca.

A beleza dos modelos antigos foi uma surpresa para Laís Cordeiro, 23, que ainda não tomou coragem para pedalar nas ruas de Fortaleza. “É interessante ver como as cores e as formas vão mudando com as décadas”, observou ao lado do namorado, o estudante Paulo Maia, 23. Além de curtir uma viagem no tempo, Laís se mostrou inspirada a virar ciclista. “A vontade é de entrar nesse diálogo com a cidade, com liberdade e sem poluir”, projeta.

Fonte: O Povo

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