Ceará

Em 2015, registrados três casos de microcefalia em bebês no Ceará

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Após aumento de casos da anomalia em recém-nascidos de Pernambuco, Secretaria da Saúde do Ceará divulgou nota técnica com orientações

No Ceará, em 2015, foram registrados três casos de bebês que nasceram com microcefalia. Em 2014, foram sete. Os números foram divulgados em Nota Técnica da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), ontem, após o aumento significativo de casos no Nordeste, principalmente em Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte.

O documento elaborado pela Sesa deve orientar as unidades de Saúde quanto à detecção, notificação, investigação e conduta frente a casos da doença, que é uma anomalia congênita na qual o cérebro do bebê é menor do que o normal. Na nota, que considera dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), a indicação é de que não houve mudança no padrão de ocorrência de microcefalia em relação aos anos anteriores (quatro casos em 2011, seis em 2012 e dois em 2013).

Nordeste

Na quarta-feira, 11, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, declarou estado de emergência em saúde pública por causa dos numerosos casos no Nordeste.

Em Pernambuco, foram registrados 141 casos suspeitos este ano (no ano passado, foram apenas 12). No RN, são 30 casos. No Piauí, 11 bebês nasceram com microcefalia este ano e três em 2014. A Bahia registrou 13 casos em 2015 e sete no ano passado. Paraíba confirmou três ocorrências, assim como Alagoas. Em Sergipe, foram 29 e outros 21 casos estariam sendo investigados.

No RN, infectologistas identificaram que muitas das mães que deram à luz bebês com a anomalia apresentaram sintomas de zika vírus durante a gestação. A relação, porém, ainda não foi confirmada.

De acordo com o infectologista Ronald Pedrosa, estudos deverão avaliar o número de casos e o período da gestação no qual a doença se manifestou. “Os episódios de zika foram mais intensos em PE, PB e BA. Quando tem uma incidência maior, a possibilidade de ter eventos adversos também é maior”, explicou. Ainda não é possível, porém, saber exatamente qual o impacto do vírus no feto.

Microcefalia

Conforme Ronald, a microcefalia geralmente está associada a doenças infectocontagiosas adquiridas pela mãe durante a gestação. Rubéola, toxoplasmose, hepatites e HIV são algumas dessas doenças. O especialista nega que o uso de drogas e álcool esteja associado a ocorrências da anomalia. “A microcefalia causa um retardo de desenvolvimento. Faz com que o cérebro fique acomodado em uma caixa menor, causando retardo neuromotor e déficit cognitivo”, descreve o infectologista.

Em nota, o Ministério da Saúde recomendou que as gestantes devem realizar o acompanhamento em consultas pré-natal, fazendo todos os exames recomendados pelo médico; não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas; não devem usar medicamentos sem a orientação médica; e precisam evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções.

Além disso, é recomendado que as futuras mães adotem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros (retirar recipientes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento de água); e devem se proteger de mosquitos, mantendo portas e janelas fechadas ou teladas, usando calça e camisa de manga comprida e utilizando repelentes indicados para gestantes.

Fonte: O Povo On Line

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