Cidadania

Dicas para uma introdução alimentar gentil

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Chegou a hora de apresentar novos sabores, texturas e cores para o bebê. Um momento que mexe com todos os sentidos da criança: tato, olfato, visão, audição e, claro, paladar. Ao buscar uma introdução alimentar gentil, sem pressa e confiando nos sinais do filho, os pais podem transformar essa nova fase numa incrível e prazerosa viagem.

Quando começar?

Embora a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) seja de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade, isso não implica necessariamente que a criança está pronta para começar a comer.

Além do interesse pela alimentação e a observação dos pais comendo, o fato de a criança conseguir sentar e pegar o alimento é o principal sinal fisiológico de que ela está preparada para esse momento, diz a nutricionista infantil Karine Durães.

Buscando auxiliar famílias a procura de uma introdução alimentar que respeite o tempo natural da criança, a educadora e doula, Fabiolla Duarte, criou o “Colher de Pau”, que acolhe as dúvidas e inseguranças dos pais nesta fase. Os cinco anos do projeto mostraram que a prontidão para comer está diretamente relacionada à autonomia motora. Ela propõe às famílias que deixem seus filhos tomarem a iniciativa no processo. “Quando são os bebês que de verdade começam, deslancham e não param mais.”

O que oferecer?

No Brasil a indicação oficial é que se comece pelas frutas, enquanto que alguns países da Europa incentivam o inicio com legumes.

“Eu prefiro começar com as frutas porque as chances de acontecer uma reação é menor, e é mais gentil com o bebê.”, diz Karine, lembrando que a criança já conhece desde a barriga da mãe o sabor adocicado da fruta. “Em geral, as pessoas comem a fruta sem estar misturada com outras coisas, então é mais fácil de o bebê aceitar.”

Pouco tempo depois, outros alimentos já podem ser introduzidos dentro de uma refeição mais completa. Carboidratos, cereais, legumes, verduras e até mesmo carnes se for rotina da família. Pode temperar? Karine diz que sim. Com exceção do sal, azeites e temperos estão liberados, eles agregam sabor e têm muitos benefícios para a saúde.

Outra preocupação das mães são as alergias. Segundo a nutricionista, os alimentos potencialmente alergênicos podem ser oferecidos já aos 7 meses. “Existe uma fase que a gente chama de janela imunológica, onde a imunidade do bebê está respondendo com mais facilidade”. É só prestar atenção em como as crianças colocam tudo na boca. “A natureza é sábia e faz com que a imunidade da criança responda melhor.”

O morango, um dos campeões nas listas de alimentos com altos índices de agrotóxico, é liberado. Mas a nutricionista infantil ressalta: é melhor se sejam orgânicos, pois muitas vezes as crianças reagem ao agrotóxico e não à fruta.

BLW e autonomia

As papinhas são a forma mais tradicional de começar a introdução alimentar nos bebês. Porém, nos últimos anos, o BLW (Baby Led Weaning) tem ganhando cada vez mais adeptos e se mostrado como uma maneira que traz mais autonomia às crianças.

Neste método, o bebê é livre para comer o que ele consegue consumir. Com as mãos, ele come pequenos pedaços de frutas, legumes e todo tipo de comida. “É um modo também onde se usa muitas inteligências para dar conta de comer, e isso faz do comer uma experiência mais rica”, conta Fabiolla. “O mais legal do BLW é que a criança entra em contato com textura. Entrar em contato com textura antes dos 9 meses, ajuda muito a criança a não ser seletiva quando ela cresce. Então o BLW é recomendável.”, completa Karine.

Os pais não precisam se preocupar tanto com a quantidade de comida ingerida. Mais importante que isso, é entender que existem algumas responsabilidades quando se alimenta uma criança: o que oferecer, quando (almoço, jantar, lanches) e como realizar as refeições. O ideal é que não seja em frente a televisão e outras telas. “A única responsabilidade do bebê é a quantidade. Então, a quantidade de comida (a ser ingerida) só quem vai saber é a criança”, conta a nutricionista. “Os problemas alimentares começam a aparecer quando a gente para de cuidar das responsabilidades dos adultos para poder controlar a responsabilidade do bebê.”

Comer é prazer

No primeiro ano de vida, o que nutre o bebê é o leite. Sendo assim, a introdução alimentar serve para ser prazerosa. “Não é para nutrir a criança.” explica a nutricionista Karine Durães. “Mais vale comer meia colherada com prazer, do que duas colheradas sofrendo.”

Tanto a nutricionista quanto a educadora e doula Fabiolla Duarte, concordam que é importante que o bebê coma com a família e crie um relacionamento saudável com a comida. “Comer junto traz sentido para as refeições e faz delas um lugar muito mais atraente”.

Fonte: YAHOO

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