Dia-a-Dia com Maria

Dia-a-Dia com Maria: Viver nos Estados Unidos

O sonho de alguns brasileiros é sair do país e viver um ‘quase conto de fadas’ na terra do Tio Sam, sobretudo, até porque as crianças crescem ouvindo falar no ideal de viagem: conhecer a Disney, tênis de marca americana etc.

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O sonho de alguns brasileiros é sair do país e viver um ‘quase conto de fadas’ na terra do Tio Sam, sobretudo, até porque as crianças crescem ouvindo falar no ideal de viagem: conhecer a Disney, tênis de marca americana etc.

Será que é realmente o lugar de sonhos, tão idealizado pelo estigma do chic, da dominação silenciosa a que estamos encabrestados? Antes de lutar pelo complicado direito de viver nesse órgão da América, ao que eu não ousaria chamar de “coração”, imaginem o quão difícil é conseguir o Green Card, o que nem sempre é fácil de se conseguir, assim sendo, muitos brasileiros escolhem viver ilegalmente no país, destaque-se, no entanto, que, ao fazer isso, corre o risco de ser preso, deportado, e de nunca mais poder voltar ao país.

Mas se é possível terra de sonhos, imagine como realmente funciona o sistema de saúde americano, afirmando que nos EUA não existe um sistema público de saúde de estilo europeu (seja ele o modelo Beveridge da Inglaterra ou da Espanha, no qual o estado se encarrega de prover serviços de saúde em troca do pagamento de impostos, seja ele o modelo Bismarck da Alemanha e da Áustria, no qual o Estado obriga os cidadãos a comprarem um seguro privado obrigatório e altamente regulado), mas isso não implica que o sistema americano esteja livre da atuação estatal, ressaltando que os resultados observados no sistema de saúde americano são um tanto deploráveis: o gasto total com a saúde nos EUA chega a 17% do PIB — quase o dobro do que gasta a maioria dos países europeus —, mas isso não fez com que seus resultados fossem espetacularmente superiores. Sim, o sistema de saúde americano está na vanguarda da implantação de novas tecnologias, bem como no uso da 

medicina preventiva, mas esses elementos diferenciais não parecem justificar o gigantesco custo excessivo. 

Para começar, pelo lado da oferta, a concorrência entre médicos praticamente não existe. O mercado de médicos é artificialmente cartelizado. Para ser médico, você tem de ser aceito pelo conselho profissional da categoria, o qual tem interesse em manter baixo o número de médicos, pois isso eleva artificialmente seus salários. Adicionalmente, um médico tem de adquirir diversos tipos de licenças, sem as quais ninguém pode exercer a medicina. A criação de hospitais também sofre o mesmo tipo de regulamentação, o que dificulta o surgimento de hospitais baratos que poderiam concorrer com os já estabelecidos. Isso gerou uma consequência não prevista. Os incentivos para que todo o gasto em saúde fosse canalizado para os seguros adquiridos por empresas para seus empregados se tornaram enormes. Isso, por conseguinte, elevou substancialmente a demanda por planos de saúde, os quais foram obrigados pelo governo a cobrir uma enorme variedade de serviços, inclusive aqueles associados à medicina preventiva. 

O que o sistema americano ilustra perfeitamente são os efeitos potencialmente devastadores do estatismo, inclusive quando em doses aparentemente inócuas.

Segundo um brasileiro que viveu anos nos Estados Unidos, “se não tiver dinheiro para contratar um seguro saúde, se lasque”. Meio parecido com o Brasil que apesar de ter o SUS e convênios nos deparamos com o atendimento precário e a burocracia e não cobertura de alguns tratamentos médicos por parte destes convênios que cobram uma fortuna.

Depois de muito esforço, Obama conseguiu aprovar um Sistema de Saúde Público para os americanos, mas o novo Congresso que foi eleito em novembro já ameaça barrar. Confirma-se que nesse aspecto as coisas por lá não sejam tão simples assim, mediante as afirmações de outro brasileiro que reside por lá, comparando a situação do Brasil e da terra do Tio Sam: “O SUS é um bom plano, apesar de estar longe do ideal, pois paga transplantes, tratamento da AIDS, e fornece medicamentos raros para uma infinidade de doenças, o grande problema é o gerenciamento, milhares de cidades do interior, mandam seus doentes para as capitais, sobrecarregando o sistema, e ainda existe muita corrupção nos hospitais, que cobram cirurgias em vez de simples consultas. Nos Estados Unidos, quem não tiver plano de saúde se ferra!”.

 

Fontes acessórias:

https://br.answers.yahoo.com

http://www.trabalhosfeitos.com/

 

*Mariazinha é Servidora do IFCE Campus Iguatu e Advogada

 

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