Dia-a-Dia com Maria

Dia-a-Dia com Maria: Viajando no universo funk carioca

Cultura originária dos Estados Unidos e iniciada no Brasil a partir dos anos 1970, através dos bailes black, soul, shaft e funk no Rio de Janeiro, é um estilo musical oriundo das favelas do Estado do Rio de Janeiro, no Brasil. 

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Cultura originária dos Estados Unidos e iniciada no Brasil a partir dos anos 1970, através dos bailes black, soul, shaft e funk no Rio de Janeiro, é um estilo musical oriundo das favelas do Estado do Rio de Janeiro, no Brasil. 

O funk carioca tem uma influência direta do miami bass e do freestyle. O termo “baile funk” é usado para se referir a festas em que se toca o funk carioca, basicamente ligado ao público jovem, tornou-se um dos maiores fenômenos de massa do Brasil. 

Na década de 1980, o antropólogo Hermano Vianna foi o primeiro cientista social a abordá-lo como objeto de estudo, em sua dissertação de mestrado que daria origem ao livro O Mundo Funk Carioca (1988).

A partir de 1995, o rap, até então executado apenas em algumas rádios, passou a ser tocado inclusive em algumas emissoras AM. O que parecia ser um modismo “desceu os morros”, chegando às áreas nobres do Rio de Janeiro. O programa da Furacão 2000 (inspirado no programa americano Soul Train) na Central Nacional de Televisão fazia sucesso, trazendo os destaques do funk e deixando de ser exibido apenas no Rio de Janeiro, ganhando uma edição nacional. Além disso, muitos artistas passaram a se apresentar no programa Xuxa Park, apresentada por Xuxa. Artistas como Claudinho & Buchecha, entre outros, tornaram-se referência nessa fase áurea, além de equipes de som como Pipo’s, Cashbox e outras. 

De 2000 a 2014, o Funk Carioca modificou-se, libertando-se dos traços de sua origem, e passou a ter uma característica própria tornando-se popularmente conhecido em todo o Brasil e no exterior. Com o tempo, os DJs foram buscando outros ritmos de música negra, mas o nome original permaneceu

Um dos mais famosos foi a regravação de uma canção de Raul Seixas, o “Rock das Aranhas” . A ela, se juntaram outras paródias de gravações de cantores de latin freestyle (servindo de inspiração para o funk melody) como Stevie B, Corell DJ, entre outros MC’s.  Um dos raps (ou “melôs”, como também eram chamados) que marcaram o período mais politizado no funk carioca foi o “Feira de Acari”, que falava sobre a “Robauto”, a feira de peças de carro roubadas realizada no bairro de Acari. 

Ao mesmo tempo, o funk começou a ser alvo de ataques e preconceito da sociedade,  não só por ter se popularizado entre as camadas mais pobres da sociedade, mas também porque, em vários destes bailes, ocorriam os chamados “corredores”, quando dois grupos rivais, chamados “lado A e lado B”, se enfrentavam, resultando por vezes em mortes. Com isso, passou a haver uma constante ameaça de proibição dos bailes. Isso gerou o surgimento de canções funk que pediam a paz entre os grupos rivais, como a música “Som de preto

Alguns bordões e gritos de guerra criados nos bailes tornavam-se sucesso, como foi o caso de “Uh, tererê” (um falso cognato do rap “Whoop! There it is!” do grupo americano Tag Team) e “Ah, eu tô maluco”.

Em 1997, Mestre Jorjão dabateria da Viradouro introduziu a “paradinha funk” no desfile de carnaval. Paralelo a isso, outra corrente do funk ganhava espaço junto às populações carentes: o “proibidão”. Normalmente com temas vinculados ao tráfico de drogas, os raps eram, muitas vezes, exaltações a grupos criminosos locais e provocações a grupos rivais, os “alemães” (gíria também usada para denominar os grupos rivais dentro dos bailes funk). Normalmente, as músicas eram cantadas apenas em bailes realizados dentro das comunidades e divulgados em algumas rádios comunitárias. 

Ao final da década, além de todas as variantes acima, surgiram músicas com conotação erótica. Essa temática, caracterizada por músicas de letras sensuais, por vezes vulgares, que começou no final da década, ganhou força e teria seu principal momento ao longo dos anos 2000.

O estilo musical, embora apresente expansão mercadológica, continua sendo alvo de muita resistência da sociedade, sendo bastante criticado por intelectuais e por parte da população. 

O funk carioca costuma ser criticado por sua pobreza criativa, por apresentar uma linguagem obscena e vulgar; e por fazer apologia à violência e ao consumo e ao tráfico de drogas .

Grande parte do criticismo vem da associação do ritmo ao tráfico de drogas, pois bailes funk são costumeiramente realizados por traficantes para atrair consumidores de drogas aos morros. 

Outro problema relatado do funk é o volume no qual costuma ser executado: bailes funk, quase sempre, não respeitam qualquer limite quanto ao volume de som, infringindo leis relativas ao limite de volume permitido em ambientes públicos.

 

Acessível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Funk_carioca

 

*Mariazinha é Servidora do IFCE Campus Iguatu e Advogada

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