Dia-a-Dia com Maria
Dia-a-Dia com Maria: Renomes e desnomes
Como sabem alguns, sobrenome ou apelido de família é a porção do nome do indivíduo que se relaciona com sua ascendência e que está intimamente ligada ao estudo genealógico.

Como sabem alguns, sobrenome ou apelido de família é a porção do nome do indivíduo que se relaciona com sua ascendência e que está intimamente ligada ao estudo genealógico.
A palavra apelido (do latim appellitu) pode referir-se a vínculo de família, sobrenome, designação informal para identificar uma pessoa, objeto ou lugar, alcunha, apodo, sendo que no Brasil, sobrenome e apelido trocaram de significação, ou seja, um significa o que o outro significava antigamente. É uma longa tese, mas o dito apelido, que não é o nome, pode até ocupar maciçamente o posto do oficializado em registro e o apelidado corre o risco de se tornar estigmatizado, dependendo da tônica invocatória.
Há livros que relatam sobre Heródoto, por exemplo, aclamado como “Pai da História”; Freud, “Pai da Psicanálise”; Vargas, “Pai dos Pobres”, Platão ganhara essa alcunha por ter ombros largos e, assim, sucederiam outros escapes, pais disso e daquilo…
Alexandre, foi “O Grande”; Luiz, sucessor de Carlos Magno fora “O Piedoso”; Maria Antonieta, “A sanguinária” e alguns, menos formais receberam a alcunha de “Manés” pela babaquice com que se portavam, sem que com tal observância diluamos, obviamente, o respeito máximo aos Manoéis e seus correlatos. No fundo, é pura implicância com os portugueses, nossos colonizadores.
O Brasil tá cheio de Tiões, Chicos, Bias, Toinhas, advindos dos Sebastiões, Franciscos, Marias, Antonias, e nossa Iguatuzinha, nesse contexto, não foi menos contemplada, já que tem um lastro de alcunhas bem criativas. Nesse cenário, há personagens que se foram e outros que ainda perneiam a sociedade, das quais citaremos os mais sonoros: Perigoso, Zé de Bomba, Baú, Nenen meu Bem, Azulão, Sukita, Goitera, Miricó, Marmita, Baião, Socó, Marruá, Pelado, Papa Defunto etc., dando-se tal fato, em boa parte, sem que uma causa relutada que o justifique. Um clique momentâneo pode determinar uma forma de invocação.
Um renomado escritor, que por ora não dou conta nem do nome nem do apelido (se é que o tinha) denominou apelido de “abacilo”. Abacilou apelido, decerto! Afirmou, inclusive, que um “abacilo” entre os casais era algo interessante e podia solidificar a intimidade, apoiar uma abacilagem, valendo nos modelos chamativos de Nêgo, Flor, Gato, Cheiroso, Anjo…contanto que singularizassem os pombos.
Numa cena de vida, sujeito suspeito de ser corneado, costumava chamar a esposa de “Minha Santa”, “Anja do Papai” e “Prenda”. Certamente apelasse para transmutar a situação, cravando doçura à realidade que não fosse a desejada.
Conheci um moço simples, da roça, de sorriso cândido e educação primorosa o qual chamavam de “Arueira”. Até aí, nada de anormal, posto que temos várias espécies arbóreas que montariam quase uma floresta e que cumprem a função sobrenominativa: Carvalho, Lima, Limeira, Pereira, Jucá, Oliveira, Oiticica, Jacaúna, entre outros. Assim, Arueira era um a mais não lhe fosse o título rendido após ter liquidado um desafeto com uma lasca dessa madeira e, caso não o tivessem descoberto a tempo, ter-se-ia resolvido com o outro, agendado e amarrado para a seguinte manhã, podendo ter-se tornado um “Arueira Sabiá”, ou “Arueira Anjico, dependendo da outra espécie lenhosa a ser usada.
Seja como for, apelido é coisa séria, tanto quanto o nome, até por haver identificações que se tornam verdadeiras cruzes, tanto quanto apelidos que desnorteiam qualquer segmento de harmonia. O importante é que dentro de um princípio de respeito à dignidade, mantenhamo-nos serenos e humanizados para sabermos transportar nossa criatividade no nominar ou renominar quem quer que seja e, mesmo com o espírito em ventania, tenhamos a devida cautela em repetir uma palavra que não soe bem aos ouvidos do escutador, que pode tornar-se um condenado por causa de uma maneira de invocação.
*Mariazinha é Servidora do IFCE Campus Iguatu e Advogada
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