Dia-a-Dia com Maria: Moda, reflexo ou ditame?

A moda, palavra que provém do latim modus é, segundo o dicionário, uma tendência, uma forma de se vestir, modo, costume, vontade e surgiu em meados do século XV no início do Renascimento europeu. 

Na concepção religiosa cristã, homem e mulher estavam e andavam nus pela Terra. Ainda na linha de raciocínio do cristianismo, no primeiro livro da Bíblia Sagrada (Gênesis), o homem e a mulher coseram folhas de figueira para cobrir a nudez. E depois, se cobriram com pele de animais.

Acredito que os primeiros artefatos que cobriram o corpo humano, contradizendo a singela ‘folha de parreira’ que amparou a nudez de Eva e de Adão, surgiram da necessidade de proteção contra insetos, temperaturas, espinhos, depois, deu-se a evolução por critérios de vaidade, alguém deve ter chegado para a sobrinha de Eva e ter feito um gesto de que o couro daquela fera que lhe servia de protetor era “lindo demais”. 

Meu argumento é que a necessidade criou a vestimenta e a vaidade fez surgir a moda, assim, o que fosse mais atrativo, observado, seria mais usado, e nos contatos dos grupos, as coisas foram se desenvolvendo ao ponto de que atualmente, a indústria da moda seja uma das mais rentáveis à economia mundial e sua influência, inegável: as pessoas não se vestem mais somente para proteger o corpo das intempéries, mas também para demonstrar “status”, rebelar-se contra algo, causar boa aparência, promover ou esconder partes do corpo. 

Mas moda é mesmo intrigante e consegue definir, até sobrepor uma posição à outra, definido patamares sociais, tais quais o de um alto executivo e de um hippie, valores morais de uma sociedade, nesse tocante, no Oriente Médio, a moda não seguiu os padrões mundiais tendo em vista que a prática do islamismo não permite deixar à vista partes do corpo feminino. As mulheres usam uma vestimenta que as cobre da cabeça aos pés: a burca. Hiper valoram o que entendem como “virtudes” femininas, dentre as quais, virgindade, recato, pudor etc., exigindo trajes fechados. Já o brasileiro, não afirmo se por questões de degradação de valores, clima, ou pela miscigenação de formação étnica, tende a mesclar bem os trajes: há, para as mulheres, os vestidos longos, mais requintados, até os ‘periguetes’ de cores fortes (apertados, mostrando tudo e mais alguns acentos), os transparentes e estilos os quase-nada (mais proeminentes nessa década de derrocada que se estende da “Éguinha Pocotó à Muriçoca”). 

Esse é o aspecto mais polemico da nossa matéria que enseja, em sua singela abordagem, entender o que realmente ocorre para a sucessão desse fenômeno de tiragens copiadas e que se repetem como “tendências”. 

É criável, ou produto de uma força emotiva oriunda dos apelos sociais? Posso ainda cogitar a moda como forma de ditame e não questionem alguns dos leitores, ela tem lá sua nuance ditatorial. Na hora de arrumar uma vaga de emprego, um (a) namorado (a), uma promoção, enfim, o estilo de se vestir tem sim muita preponderância.

Nas minhas experiências, enquanto atuei em um setor de estágio supervisionado, pude observar que os trajes mais sóbrios garantiam maior credibilidade, enquanto que os mais soltos, coloridos, eram menos conceituados para os contratos de trabalho. Verdade!

A moda cria seus adeptos?

Uma pessoa pode tornar-se escrava da moda e demonstrar a não-autenticidade de sua personalidade ao não questionar essas novas tendências. Por tudo isso, vemos que a influência da moda é percebida no modo de vestir, no comportamento e nas idéias das pessoas, o que pode produzir nelas um condicionamento irracional revelador do vazio de personalidade e de incapacidade de discernimento. Por outro lado, também é possível que a virada de século represente um tempo de renovação em que as pessoas tornem-se mais autênticas e reflitam melhor antes de seguirem a moda.

Fontes acessórias:http://historia-da-moda.info/https://www.google.com.br/http://www2.uol.com.br/modabrasil

*Mariazinha é Servidora do IFCE Campus Iguatu e Advogada