Ceará

Com 24 mil mulheres vítimas de violência doméstica, CE tem maior número de casos em 9 anos

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Em 2023, as denúncias de violência doméstica no Ceará atingiram o ponto mais alto dos últimos nove anos, com um total de 24.130 vítimas ao longo do ano passado, representando uma média de 66 mulheres agredidas diariamente. Os dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) mostram um aumento de 24% em relação a 2022. No entanto, especialistas ressaltam que esses números são provavelmente muito menores do que a realidade.

Fortaleza é o epicentro da maioria dos casos, com quase duas em cada cinco vítimas (39%) na capital. Em seguida, a região do Interior Sul, que abrange municípios como Jaguaribe, Limoeiro do Norte, Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Quixeramobim, Senador Pompeu, Icó, Jucás, Tauá e Mombaça, registrou 29% dos casos.

No entanto, esses números não capturam completamente a extensão da violência contra as mulheres. Rose Marques, advogada e membro do Fórum Cearense de Mulheres, aponta a necessidade de redução da subnotificação para obter uma compreensão mais precisa dos dados de violência. “Mas por que o estado enfrenta dificuldades para mensurar isso? São 10 delegacias especializadas registrando 67 denúncias por dia? É uma equação difícil de resolver”, observa.

Muitas vítimas, seja por medo ou vergonha, não chegam a denunciar as agressões sofridas. Além disso, há aquelas que, mesmo reunindo coragem para romper o ciclo de violência, se deparam com obstáculos burocráticos ao longo do caminho. Este foi o caso de Lina (nome fictício)*, que suportou vários níveis de agressão por parte do marido ao longo dos anos.

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