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Cachorro é morto por agentes sanitários anti-Covid na China e gera revolta

Dona do cão estava de quarentena obrigatória e tinha sido informada que o cachorro não seria ferido ou levado, escreveu ela nas redes sociais.
Uma série de barulhos assustaram o corgi adormecido, tirando-o de sua cama. A porta se abre e duas pessoas totalmente paramentadas entram no quarto, uma carregando uma barra de ferro e outra com um saco amarelo.
“O chefe disse que precisamos resolver isso aqui mesmo?”, um deles pergunta. “Sim”, diz o outro, para em seguida mover a mesa onde se esconde o cachorro e atingi-lo na cabeça com a barra de ferro. O cão geme e foge da câmera para outra sala.
A cena perturbadora, capturada por uma câmera de segurança e compartilhada nas redes pela dona do cão, mostra os últimos momentos antes do animal de estimação ser morto em sua casa por trabalhadores de prevenção da Covid na cidade chinesa de Shangrao, no sudeste da província de Jiangxi, na sexta-feira (12), enquanto a dona do corgi estava em quarentena obrigatória em um hotel próximo.
A morte do cachorro, que despertou uma revolta maciça nas redes sociais chinesas neste fim de semana, é o último exemplo das medidas extremas tomadas pelas autoridades locais na China com o intuito de atingir a política Covid zero.

Autoridades locais da China estão sob grande pressão para diminuir as infecções ao passo que a variante Delta continua se espalhando pelo país. Até o momento, mais de 1300 casos foram reportados em cerca de dois terços das províncias do país.
Em maio ao choque e à raiva, a morte do cachorro aqueceu debates sobre direitos dos animais, assim como reflexões sobre até que ponto o ilimitado poder chinês pode se expandir aos direitos individuais durante a pandemia.
O caso
A comunidade residencial em que o cão vivia está sob bloqueio devido a casos confirmados de Covid-19. Todos os residentes foram obrigados a entrar em quarentena no governo na sexta-feira, e não foi permitido trazer seus animais de estimação, disse a dona do cão na Weibo, a plataforma chinesa semelhante ao Twitter.
A dona, cujo sobrenome é Fu e testou negativo para o vírus até o momento, disse que os trabalhadores comunitários a haviam tranquilizado repetidamente, antes dela partir para a quarentena na sexta-feira de manhã, que não levariam nem matariam o cão durante a desinfecção do prédio.
Mas, à tarde, os trabalhadores da prevenção de Covid tinham invadido seu apartamento para bater no cão, de acordo com ela.
“Meu cachorro fugiu para o outro quatro, e por isso o momento não foi gravado pelas câmeras de segurança, mas eu podia ouvir seus ganidos. Alguns minutos depois, eles afirmaram que lidaram com a situação e que o levariam embora, segurando um saco amarelo nas mãos”, escreveu Fu em uma publicação recentemente apagada. “Até agora eu não sei se meu cachorro está morto ou vivo, e para onde ele foi levado”, acrescentou.
Em um comunicado divulgado no sábado, o governo do distrito de Xinzhou, onde o complexo residencial está localizado, confirmou que o cachorro foi morto como parte da necessidade de “desinfetar completamente” as casas da comunidade.
O governo admitiu que os trabalhadores “lidaram com segurança” com o cachorro sem comunicar a dona sobre isso. Os funcionários envolvidos foram repreendidos e removidos de suas posições, disse o governo, acrescentando que eles se desculparam com a dona e obtiveram sua compreensão.
No Weibo, no entanto, a dona afirmou que foi pressionada pelas autoridades locais e por seu empregador para deletar suas postagens. A CNN contatou a dona, que não foi nomeada pelo governo, e a província de Jiangxi para comentários.
Não é a primeira vez que as autoridades chinesas matam animais de estimação como parte de sua rigorosa resposta à Covid. Em setembro, três gatos na cidade de Harbin foram mortos sem o consentimento do dono após testarem positivo para o vírus. O dono estava em quarentena hospitalar após ter contraído a Covid-19.
No entanto, nem todos os governos locais são tão rigorosos quando se trata de lidar com animais de estimação. Em janeiro, as autoridades de Xangai foram amplamente elogiadas por permitirem que os residentes levassem seus animais de estimação para a quarentena com eles.
Animais em diferentes países contraíram Covid-19, incluindo pets, animais de zoológico e gado, sendo os humanos a principal fonte dessas infecções.
Mas, embora os cientistas digam que a Covid-19 provavelmente se originou em animais antes de se difundir entre os humanos, não há evidências de que os animais estejam desempenhando um papel significativo na propagação do vírus para as pessoas, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC)
E, no último incidente, o cão foi morto antes mesmo de ser testado para a Covid-19, de acordo com a proprietária.
“Quando não tinham sequer confirmado se o cão era negativo ou positivo (para Covid), eles invadiram a casa da dona e espancaram o cão até a morte. É este o nível de gerenciamento do governo”, disse um comentário no Weibo.
Em sua declaração, o governo do distrito disse que os residentes tinham sido solicitados a não trancar suas portas antes de saírem para a quarentena, e os trabalhadores da prevenção de Covid abriram a porta da proprietária à força, sob a supervisão de policiais.
A medida provocou uma forte reação de donos de pets e simpatizantes de animais de estimação, enquanto outros a veem como um sacrifício necessário para o “bem maior” da sociedade, argumentando que as vidas humanas são mais importantes do que os animais.
Mas, para alguns, há outra pergunta crucial a ser feita: quanto de mais poder o governo acumulou, em nome da prevenção à Covid, à custa dos direitos e liberdades individuais?
“Desde a matança anterior dos três gatos até este cão, está ficando cada vez pior. O chamado debate em torno dos ‘direitos dos animais’ é meramente uma camuflagem – a questão central aqui sempre foi a violação irresponsável dos direitos individuais pelo poder infinitamente crescente do Estado”, disse um comentário na rede social chinesa Douban.
Fonte: CNN Brasil
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