Após 6 anos ‘Bloco Os Cobras’ volta às ruas de Iguatu

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Após 6 anos ‘Bloco Os Cobras’ volta às ruas de Iguatu

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Depois de 6 anos sem sair às ruas de Iguatu, o bloco ‘Os Cobras’ voltou a desfilar neste carnaval. A ideia foi de homenagear o seu fundador, Antônio Joaquim de Souza, o popular Antônio da Cobra, que morreu em 22 de dezembro de 2000. O retorno foi logo no primeiro dia da festa mais popular do país, sábado, 25.

Lindomar Cruz, servidor do município, foi um dos que encabeçou esse retorno. “Alegria e felicidade se misturam em poder voltar com o bloco pelas ruas dos nossos bairros. Quando pensamos nessa ideia, a primeira coisa que fizemos foi procurar os familiares e filhos do seu Antônio da Cobra. Claro que fomos prontamente atendidos”, contou. Para o regresso, a organização fez questão que os padrões musicais fossem os mesmos da época. “Frevo e marchinhas somente, assim como sempre foi. Eram os sons prediletos dele (homenageado) que o faziam sair às ruas com seu gingado peculiar”, lembrou Lindomar.

Inspiração

Naron Souza, filho de Antônio da Cobra, hoje possui residência fixa no Cariri, mas fez questão de voltar. “Me dá orgulho e emociona saber que pai ainda permanece vivo na memória de muitos. O retorno era bastante cobrado. Foram incontáveis as vezes que me paravam e pediam a volta do bloco”, contou.

As ruas dos bairros 7 de Setembro, Santo Antônio, Cocobó, Veneza e Morenão receberam os foliões animados com a banda de músicos. Símbolo de resistência da cultura popular e animador carnavalesco, Antônio da Cobra manteve por 42 anos consecutivos agremiações populares, para a alegria pessoal, da família e dos amigos.

Nilvan Marcolino, do Bloco Lá vai boneco, uniu-se aos ‘Cobras’ nesse retorno também comemorado por ele. “Claro que qualquer surgimento de blocos na atualidade em nossa cidade tem que se inspirar nos ‘Cobras’. Muito satisfeito em poder contribuir nesse resgate”, disse.

História viva

Historiador e memorialista, Chico de Paula, folião dos tempos áureos do bloco, considerou o retorno como marco. “Desejo que volte pra ficar. E caia no gosto popular assim no auge do movimento!”, pontuou. Chico considerou que a perda do costume e da força dos carnavais de rua da cidade se deve à falta de incentivo por parte do poder público. “Apesar de ser uma festa popular, os poderes têm que incentivar de alguma forma a manutenção dessas culturas. Infelizmente hoje a referência que Iguatu possuía com antigos carnavais se perdeu ao longo do tempo”, lamentou.

Origem do apelido

Antônio da Cobra era maquinista da antiga Rede Viação Cearense, RVC, e depois aposentou-se já na empresa modernizada e federalizada, a Rede Ferroviária Federal, RFFSA. O apelido vem dessa época. Num certo dia, ao colocar lenha na fornalha da máquina, uma cobra o picou. A partir dali ficou conhecido por Antônio da Cobra. Chegou a Iguatu com a família em 1968 e aqui criou vários blocos: ‘Prova de Fogo’, ‘Rei de Espada’, e o mais conhecidos deles ‘Os Cobras’.