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AMERICANDO: O mundo é um lugar hostil…

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“Eu sei porque você fugiu
Mas não consigo entender”
(Legião Urbana, L’avventura, 1996)

Estava comigo. Sim, tão perto e sempre que até esquecia. Mas não era um esquecimento proposital… Era algo comum, havia uma leveza, havia calma e uma quase certeza de que tudo, absolutamente tudo, terminaria em paz…, mas não foi assim. O comum da vida te deixa essencialmente acomodado. Não ousar, viver a rotina de forma religiosa e entrar em uma disciplina cega pode te dar bens materiais, mas prazer em viver e possuir uma paz além da leveza em viver jamais…

Em nosso entorno há um comodismo imenso… Ousar viver na perspectiva da liberdade ou pelo menos falar diferente já causa desconforto nos ouvidos conformados e defensores cegos de uma rotina que nos leva a grandes ilusões econômicas, sociais, políticas e principalmente religiosas. Estava tudo em paz aparentemente e seguindo a linha comum nos acontecimentos normais de uma rotina normal. Repito, aparentemente. Contudo o imprevisto é algo que existe e geralmente ocorre. Nada será totalmente do jeito que você não quer e nem totalmente do jeito que você quer. Tudo tem um detalhe relativo na confusão maravilhosa, pedagógica e inesperada que é o viver. Estava aqui, mas foi-se…

A hostilidade dos relacionamentos humanos está como as relações de trabalho e divisão na indústria, está como a indústria. Relações sem emoções, apenas por produtividade… Vi hélices de energia eólica em umas dunas próximo a praia no litoral do Ceará e outras em cabeceiras de serras na Bahia… Acho esses equipamentos hostis, sem humanidade, lembram-me várias distopias do cinema. As pessoas estão entrando na hostilidade do sistema econômico em voga… os afetos e sentimentos estão sumindo, a sensibilidade é encarada como fraqueza, mas ela é um símbolo da nossa genuína humanidade… Somos essencialmente um símbolo ou símbolos. O nosso corpo pode ser uma cruz ou um pentagrama, a depender dos nossos movimentos…. Sentado em um bando de espera no saguão de uma rodoviária um pardal veio bem próximo de mim… Um som de buzina o assustou e ele voou. Estava aqui, mas foi-se…

Por Américo Neto.
Contato: e-mail: [email protected]

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