Americando
AMERICANDO: As ruas do meu Iguatu
“Ai quem me dera voltar
Pros braços do meu xodó
Saudade assim faz roer
E amarga qui nem jiló
Mas ninguém pode dizer
Que me viu triste a chorar
Saudade, o meu remédio é cantar”Composição: Humberto Teixeira / Luiz Gonzaga.
As ruas do meu Iguatu possuem um ar de tardes longas… um perfil de sol depois da chuva… leveza que precisamos ter aos sábados pela manhã…
O Abrigo Metálico, a Galeria Gustavo Correia, a feira na rua do mercado, tradicional aos sábados e o povo sofrido, mas trabalhador e na fé sente alegria de viver… Aqui nessas passagens sinto o som de Humberto Teixeira, a seresta de Evaldo Gouvêa, Assis Galdino e nessa Lagoa da Telha vejo o passado e o presente se encontrarem….
Como é bom por aqui vagar…. olhando o povo na feira, tomar caldo de cana, uma cachaça e a brincadeira, vai até o final da tarde… Meu Iguatu querido, quando longe de ti estou sinto uma saudade tremenda e Humberto disse que o remédio é cantar…Não quero sair daqui… essa terra me fascina e tenho apego a esse chão…
Essas ruas possuem a poesia que não sei dizer…. as minhas peraltices quando ia estudar no São José, o Prado quando chovia ficava com o campinho de futebol atrás da igreja inundado…. Maria Paula criava um monte de gato e todo sábado dizia que ia casar com um político conhecido, novo e bonito da cidade. O carro preto! Vixe! O cano da CIDAO soltava fumaça e muita gente na Coronel José Adolfo tinha sinusite. As Pedrinhas… eita… todo menino queria crescer para ir até lá… Meu pai comprou uma kombi da Escola Brasil, tinha o nome da escola na latera; seu João, dono do colégio, pediu para meu pai tirar o nome da escola do veículo… O velho, meu pai, ia nas Pedrinhas todo fim de tarde…
Essas ruas já viram uns cabra valente… não é bom nem falar…. Uns dão orgulho, outros até o diabo manda pra lá, sabe lá onde… O Rio Jaguaribe, já foi Rio da Onça, já viveu dias caudalosos. Meu amigo Neto Braga é um Dom Quixote na luta pra salvar essa maravilha que depois de Jucás corta o nosso Iguatu…
Eu sinto esse lugar…. nas ruas e becos dessa cidade, é sempre lá, que irei estar, nesse mundo de meu Deus, Iguatu é o meu bel prazer… é a porta sempre aberta que quero ver e entrar…. Aqui estão meus sentimentos, os meus que partiram, quem amei, quem amo e quem vou amar… Um dia, quando jogado no esquecimento e no destino infalível de todos os homens, desejo que alguém, parente, conhecido, amigo ou qualquer outra pessoa, só pelo fato de lembrar de mim, se lembrar, diga que cada esquina, beco, praça e rua dessa cidade parecem um pouco comigo…. No fundo do esquecimento o meu ser, havendo isso, estará sorrindo…
Esse sentimento é fato, sentido e vivido, amo esse lugar…
*Américo Neto (Professor)
Contato: [email protected]
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