Artigo
Entre Olhares: Ouvindo o leitor

Vez por outra procuro escutar a opinião das pessoas que acompanham o meu trabalho semanal nesta coluna. Inclusive já reivindiquei aos administradores técnicos que criassem um mecanismo que possibilitasse uma maior interação com o leitor de forma objetiva, simples e direta. Contudo, ao que me parece, ainda não atingimos esse nível de perfeição tecnológica. Entretanto, sempre que posso, vou ao encontro das pessoas, auscultar suas impressões e opiniões.
Certo dia encontrava-me na cidade de Juazeiro do Norte, sob as bênçãos do nosso ‘Padim’, e me deparei com uma pessoa muito educada e solícita que me ofereceu um assento à sua mesa. Momentaneamente fiquei desconcertado, pois não encontrei no arquivo da minha memória”gia” nenhum registro que me fizesse identificar aquela pessoa. Ao perceber o meu desconforto, a galante senhora retrucou: “não se preocupe, professor Lucio, o senhor não me conhece, mas todo mundo conhece o senhor, daquelas coisas que o senhor posta na internet difícil de entender”.
Não me sentei. Prostrei-me! Fiquei na dúvida se considerava aquelas afirmações um elogio ou um contundente protesto de uma leitora indignada com a minha incompetência redacional que dificultava a sua conversa semanal com a minha pessoa. Por se tratar de uma senhora com uma formação profissional liberal de alta conta em nossa sociedade (trata-se de uma médica conceituada), preferi optar pelo entendimento como um sonoro elogio às minhas loucuras literárias.
Passei um bom tempo pensativo em relação à ocorrência relatada logo acima. Refeito, procurei novamente por outras opiniões. Desta vez, um leitor assíduo, com formação técnica de nível médio (Técnico Agrícola), fez as suas interjeições: “Leio os seus textos. Mas tem horas que eu corro pro dicionário para ‘traduzir’ algumas palavras, pra pode4r entender “. Não se trata de mera coincidência. Outra pessoa, noutra cidade, noutro momento, com outra formação, fazendo a mesma reclamação, de uma outra forma. E agora?
Seria exagero afirmar que fiquei traumatizado com a recorrência de reclamações. Contudo, levei um certo tempo para me recuperar. Não é fácil ao redator, com uma coluna de largo espectro (tanto do ponto de vista do público leitor, quanto de um inimaginável número de temas), produzir um texto ao alcance de todos. Os menos cuidadosos e mais simplificadores de causas, podem afirmar: “estrelismo! Gosta é de aparecer! Isso é pra se amostrar!”, dentre outros julgamentos que aqui não compensam a sua citação.
Quero aqui fazer a minha “mea culpa”. Como gosto de procurar ver sempre o lado bom das coisas, justifico os meus erros redacionais considerando-os como uma contribuição primorosa e valorosa ao aumento do capital cultural dos meus leitores e leitoras. A cada palavra e/ou expressão nova que imprimo nos meus textos, meus seguidores semanais estão acumulando mais conhecimento, melhorando e enriquecendo o seu vocabulário. Cada ida ao dicionário à procura de significados, é uma oportunidade de aguçar o espírito científico de busca. Sem contar que no meio do caminho outras palavras novas podem ser encontradas acidentalmente.
São quase 3 Décadas de militância no processo de educação. A própria palavra quer dizer “buscar por dentro”. Quando meu leitor se depara com uma expressão nos meus textos e ele, por si só, decide procurar significados para melhor entender, regozijo de felicidade, pois neste momento tenho plena certeza de estar cumprindo com o meu papel de educador. Posso até ser antipatizado por alguns por causa disso. Contudo, prefiro a este tipo de antipatia, do que ser rechaçado pelo meu público por escrever tolices, asneiras, politiquismos baratos, assuntos insossos e de mau gosto.
Eu gostaria de poder interagir ainda mais com o meu público. Lamentavelmente ainda não é possível. Fico feliz com a satisfação que leio no semblante das pessoas que me encontram nas filas de banco ou do supermercado, me reconhecem e perguntam “o senhor é aquele que escreve?”. Nada mais fortuito e gratificante que o verdadeiro reconhecimento de um trabalho que produzimos com o coração e que atinge os corações dos seus destinatários. Muitos não sabem como é difícil. Há dias em que a inspiração não flui. As ideias não chegam, não conseguimos redigir e fica a frustração.
A todos vocês o meu muito obrigado pela atenção e carinho!
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