Brasil
Planalto inclui presídios em regime que flexibiliza regras de licitações
[caption id="attachment_9232" align="alignleft" width="600"]Rebelião no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em outubro: preso ferido é carregado para fora da cadeia (Foto:Reprodução)[/caption]Por meio de medida provisória, o governo autorizou a realização de obras de construção, reforma e ampliação de penitenciário pelo Regime Diferenciado de Contratações Públicas
O governo autorizou ontem, por meio de medida provisória, a realização de obras de construção, reforma e ampliação de presídios por meio do Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), que torna as licitações mais rápidas. A MP nº 630 foi publicada ontem no Diário Oficial da União. Ela atende uma demanda do Ministério da Justiça desde pelo menos 2011. O RDC foi instituído pelo governo em substituição à tradicional Lei 8.666, das licitações públicas, para acelerar as contratações de obras da Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas. O sistema tem sido estendido a outros setores de infraestrutura.
Conforme dados do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), faltam pelo menos 240 mil vagas no sistema prisional em todo o país, o que faz com que presos se amontoem em celas e galerias, em condições degradantes. Um desses estabelecimentos é o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, que está na mira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que também preside o conselho, receberá hoje o relatório do juiz Douglas Martins, coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do CNJ, que aponta uma situação de caos e uma série de violações de direitos humanos no presídio maranhense.
Depois de uma visita no último dia 19, um dia após a 58ª morte de preso da Casa de Detenção – pavilhão que abriga os detentos de regime fechado -, o magistrado descreveu o quadro como de calamidade. Não bastassem as rebeliões frequentes e a violência que impera entre os apenados, o juiz descobriu que mulheres e irmãs de presos são obrigadas a manterem relações sexuais com líderes de facções criminosas.
Fonte: Correio Braziliense
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