Brasil
Nº de alunos que abandonam faculdade deve subir após a pandemia, e setores poderão enfrentar falta de mão de obra
O cenário de incertezas na economia após a pandemia, com salários reduzidos e perda de emprego, pode contribuir para a queda de matrículas, abandono e aumento da evasão no ensino superior do país.
Na rede privada, onde estão quase 80% dos universitários, o impacto econômico é sentido diretamente nas mensalidades. Na rede pública, o baque ainda deverá ser capturado. Mas, a estimativa é que, sim, haverá maior evasão no período de pandemia.
“Podemos dizer que 50% dos alunos das universidades federais são pessoas em vulnerabilidade social. E sabemos que, na sociedade como um todo, as famílias têm sido muito impactadas”, afirma Isabel Hartmann, pró-reitora de graduação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e integrante da Andifes, a associação de reitores das universidades federais do país.
Evasão e mão de obra
As áreas que têm maior evasão e mantiveram a tendência na pandemia são, segundo o sindicato das entidades de ensino superior privado do Estado de São Paulo (Semesp):
Sociais aplicadas (administração, publicidade e propaganda e contabilidade),
Engenharias (civil, mecânica e produção)
Técnico em informática (TI)
Cursos de administração e contabilidade costumam atrair pessoas de renda menor, faixa da população que foi mais afetada pela pandemia, explica o economista Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp.
Já as engenharias atraem um grande número de estudantes porque têm um mercado de trabalho atrativo, mas são cursos caros e os alunos encontram dificuldade de manter o pagamento em dia.
A área de TI (tecnologia da informação) atrai os profissionais que possuem certificações intermediárias – e os alunos acabam abandonando a faculdade para dar prioridade ao trabalho.
Entre 2017 e 2018, o índice de alunos que desistiram ou abandonaram a faculdade aumentou pouco mais de um ponto percentual: foi de 27,5% para 28,8%.
Os dados de 2019 e 2020 ainda não foram divulgados, mas estima-se que deste ano seja de 35%, afirma Capelato. Esse índice representa 461 mil alunos que poderão desistir de estudar nas faculdades particulares do país por causa da pandemia, estima.
A consequência será um “apagão” da mão de obra qualificada nos próximos anos – justamente quando o país precisará se reerguer dos efeitos da suspensão das atividades econômicas após a recessão provocada pelo coronavírus.
Por outro lado, a redução no número de novas vagas devido à recessão econômica poderá aumentar o “mismatching”, expressão usada para falar sobre a incompatibilidade entre a formação acadêmica do candidato e a exigência da vaga, afirma Daniel Duque, pesquisador da área de Economia Aplicada do FGV IBRE.
“As vagas que exigem ensino médio completo poderão ser preenchidas por profissionais com diploma do ensino superior, simplesmente porque há oferta”.
Alerta
O sinal vermelho nas universidades privadas acende quando as mensalidades ficam atrasadas. No primeiro semestre de 2020, a taxa de inadimplência aumentou 51%, se comparado ao mesmo período do ano anterior. A evasão cresceu 14%.
O número de novos alunos no segundo semestre de 2020 também sofreu redução, de 50%, segundo o sindicato das mantenedoras do ensino superior. O motivo? Desemprego e perda de poder aquisitivo dos alunos ou familiares.
Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes) divulgada em junho aponta que, entre os alunos entrevistados, 42% afirmaram que há risco de desistir do curso.
O adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), de novembro para janeiro de 2021 e com divulgação dos resultados no fim de março, deverá provocar um efeito cascata no setor.
De acordo com a Abmes, o adiamento poderá tirar ao menos 3,5 milhões de estudantes do ensino superior privado.
Fonte: G1
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