Ceará

Na pandemia, atendimentos nas policlínicas caem 42%, mas retomada é registrada desde agosto

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Os atendimentos nas 19 policlínicas do Ceará que garantem, sobretudo, atenção médica especializada em diversas regiões do Estado vêm retomando a normalidade desde agosto, após ter uma queda de 42% desde o início da pandemia do novo coronavírus.

Entre março e setembro, nas 19 unidades distribuídas nas cinco macrorregiões de saúde do Estado (Fortaleza, Sobral, Sertão Central, Litoral Leste/ Jaguaribe e Cariri) foram feitos 125.407 atendimentos ambulatoriais. No mesmo período do ano passado, foram 216.572 procedimentos. Nos meses de agosto (30.140) e setembro (34.028), os equipamentos voltaram a ter mais de 30 mil atendimentos, patamar semelhante aos dos meses de janeiro e fevereiro, que antecederam a pandemia.

No Ceará, as policlínicas regionais estão localizadas em Acaraú, Aracati, Barbalha, Baturité, Brejo Santo, Camocim, Campos Sales, Caucaia, Crateús, Icó, Iguatu, Itapipoca, Limoeiro do Norte, Pacajus, Quixadá, Russas, Tauá, Tianguá e Sobral.

Em março, os 19 equipamentos, seguindo as orientações sanitárias da Secretaria Estadual da Saúde suspenderam as consultas eletivas, mantendo o funcionamento para pacientes que tinham necessidade de receber medicação de uso constante, doentes crônicos com risco de descompensação do quadro clínico, as gestantes de alto risco e os pacientes oncológicos.

Retomada

As policlínicas da região de saúde de Fortaleza tiveram sua retomada junto ao plano de reabertura econômico, posto em prática desde 8 de junho na Capital, e hoje estão operando com 75% da sua capacidade para procedimentos odontológicos e 90% para as outras especialidades.

De acordo com Ivan Coelho, superintendente da Região de Saúde de Fortaleza, responsável pela gestão das policlínicas dispostas em Caucaia, Itapipoca, Cascavel, Baturité e Maracanaú, a última prestando apenas serviços odontológicos, esse aumento no número de atendimentos desde agosto tem, em parte, origem no sentimento de maior segurança do paciente quanto ao vírus Sars-Cov-2, causador da Covid-19.

“Parte da situação se explica pelo sentimento de segurança, na outra, imagine que você é diabética, hipertensa ou cardiopata e teve que repetir a receita por esses meses. Alguns pacientes que as policlínicas fazem o controle não podiam esperar mais, porque os problemas de saúde também vão se acumulando”, pontua o superintendente.

Com a retomada do funcionamento gradual das policlínicas, os gestores de cada região de saúde tiveram como principal orientação a garantia de um atendimento seguro e com as condições para manter distanciamento social dentro de cada unidade, de acordo com a Sesa. Sobre os cuidados padrões recomendados pelas autoridades de saúde, o gestor da região de Fortaleza enfatiza que o controle acontece sobretudo para manter os baixos números de contaminados.

“Existem as orientações sobre o que é seguro para o profissional de saúde e o paciente, então elas têm o espaçamento entre as cadeiras de espera, o fluxo foi parcelado, ou seja, as pessoas são dispersadas ao longo do tempo de funcionamento, para não ter concentração de pessoas. E fora isso, temos a utilização dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual)”, relata o gestor da região de Fortaleza. “Temos feito isso com o máximo de segurança possivel, seja para os trabalhadores da saúde e para os pacientes também, para evitar essa contaminação no local. Nós não conseguimos abolir o risco, mas abaixo muito essa taxa”, completa.

Procura por atedimento

Entre os meses de março e setembro, com ênfase no último mês que demonstrou retomada da normalidade nos atendimentos, quem mais procurou por atendimento nas policlinicas reginais foram as mulheres, sendo 65,2% desses pacientes. Além disso, a faixa-etária que se destaca é de 60 anos ou mais, representando 22%, o que requer um maior cuidado, já que também estão classificados no grupo de risco do novo coronavírus.

“Vamos usar o máximo essas medidas [de proteção sanitárias], mas a vida vai ter que retornar gradualmente, e tem um momento que esse público vai ter que pesar o custo beneficio de está tanto tempo sem acompanhamento médico e se expor a essa questão nova [do vírus]. E vai ser assim para outras coisas também”, conclui Coelho.

Dentre as especialidades mais procuradas nesses quase sete meses, estão atendimento com enfermagem (15.328), ginecologia (12.950), ortopedia e traumatologia (10.598), fisioterapia (9.697), cardiologia (8.060), oftalmologia (7.513) e otorrinolaringologia (6.336).

Fonte: Diário do Nordeste

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