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Hubble: como um buraco negro isolado pode ”viajar” pela Via Láctea

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Errante. Solitário. Isolado. Estas são as definições de um buraco negro estelar detectado à deriva pela Via Láctea.

Exatamente, à deriva, a 5.000 anos-luz da Terra e a uma velocidade de 160 mil quilômetros por hora no braço espiral de Carina-Sagitário. E, assim como ele, cerca de 100 milhões de objetos nômades deste tipo – desacompanhados de qualquer estrela – podem estar ‘’viajando’’ pela nossa galáxia.

De acordo com a Nasa, agência espacial norte-americana, a descoberta do primeiro buraco negro isolado é fruto da análise de duas equipes de pesquisadores que, durante seis anos, estudaram os dados captados pelo Telescópio Espacial Hubble.

Um dos grupos, liderado por Kailash Sahu do Space Telescope Science Institute em Baltimore conta com a participação do Brasil.

O outro grupo é liderado por Casey Lam da Universidade da Califórnia. Ambos utilizaram a técnica de microlente gravitacional.

A técnica consiste em observar a amplificação de brilho de uma estrela de fundo (chamada de fonte), devido à passagem de um objeto (denominado lente) entre o observador e a fonte. A lente deforma o espaço-tempo ao seu redor e a luz da fonte sofre então uma deflexão, gerando assim um aumento do seu brilho para o observador.

‘’Neste caso, o buraco negro ao passar entre o observador e uma estrela de fundo atuou como uma lente e, além de aumentar o brilho da fonte por mais de 200 dias (período em que o evento foi monitorado), também alterou sua posição astrométrica’’, explica o astrofísico Leonardo Almeida.

“Eu lembro bem dessa microlente. Ela ficou tão brilhante que era possível observá-la usando os telescópios menores do Observatório Pico dos Dias, localizado em Brazópolis, em Minas Gerais. No mesmo ano, já suspeitávamos que a curva daquela microlente poderia ter sido gerada por um buraco negro, no entanto, era necessário medir a deflexão da luz da estrela de fundo usando Astrometria” diz Almeida, que é professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Embora a equipe de Berkeley entenda que ainda pode se tratar de uma estrela de nêutrons, segundo comunicado da Nasa, a impressão digital única na alteração da luz da estrela pode eliminar outros potenciais candidatos a lentes gravitacionais.

Fonte: GCMAIS

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