Brasil
Grupo invade aula online de direito, faz apologia ao nazismo e xinga mulheres e estudante negro; vídeo
Uma aula online de direito, em Sorocaba (SP), precisou ser interrompida após ser invadida por um grupo de pessoas que fez apologia ao nazismo e publicou mensagens ofensivas contra mulheres, advogados e negros.
Um vídeo enviado ao G1 mostra o momento em que diversos símbolos e imagens ligadas ao nazismo aparecem na plataforma. (veja abaixo)
A estudante Nicole Caroline Fogaça Martins, que cursa o segundo semestre de direito, conta que o caso ocorreu na quarta-feira (19). Segundo ela, faltava meia hora para a aula ser encerrada, quando diversas pessoas começaram a entrar.
“São 54 alunos e já tinha uns 70. Dentro dessa plataforma o quadro que a professora vai mostrando tem como a gente escrever e, então, começaram a escrever xingamentos. Então, eles colocaram um vídeo em apologia ao nazismo, escrevendo cada vez mais coisas no quadro. Houve injúria racial e chamaram as meninas de vadia e vagabunda. Começaram a compartilhar áudio”, afirma.
Ainda de acordo com a estudante, ela também foi alvo dos xingamentos. “Colocaram o nome das meninas, me chamaram de vadia e vagabunda. Com os rapazes só alguns que estavam respondendo, e chamaram um deles de preto e começaram a ofender racialmente”, afirma.
Segundo a aluna, a professora entrou em contato com a assistência da faculdade e pediu para todos saírem da aula. “Eu entrei novamente no link e vi que tinha um usuário de assistência para ver se conseguiriam derrubar essas pessoas. Eles realmente foram derrubados. O link foi fechado depois da aula”, diz.
“A gente ficou em choque. Foi muito do nada as ofensas. Foi um transtorno gigantesco e a professora ficou desesperada”, ressalta.
Sindicância
Ao G1, o diretor acadêmico da faculdade Esamc, Maurício Marra, informou que o caso não se trata de um ataque de hacker e que, provavelmente, algum dos alunos compartilhou o link com alguém de fora da faculdade.
“O acesso à plataforma pode ser feito pelo site ou por link. Algum aluno compartilhou com alguém que não tem nada a ver com a faculdade e ele tumultuou. A gente investiga. Mas não é ataque hacker. Isso a gente já descartou”, explica.
Ele também afirmou que não houve prejuízos com relação ao conteúdo que estava sendo lecionado no momento da invasão.
“Como qualquer faculdade, se for identificado o responsável existe punição. Depende da sindicância interna apurar, e serão tomadas as providências”, afirma.
Em nota, a faculdade afirmou ao que após o relato do acontecimento foram iniciadas investigações a fim de apurar o fato. Afirmou também que medidas legais cabíveis estão sendo tomadas e que a plataforma utilizada é segura.
Ainda em nota, a instituição afirmou que adota todos os recursos possíveis para garantir a privacidade das informações de corpo discente e funcional, de acordo com a lei de proteção de dados.
A instituição ainda ressalta que se solidariza com os alunos e a professora atingida, e reafirma o repúdio a qualquer ato que promova preconceito e ódio.
A atlética da faculdade também se pronunciou e publicou nas redes sociais uma nota de repúdio com relação ao caso lamentando o ocorrido.
“Prestamos aqui nossa singela condolência à professora afetada e dizer que sentimos muito por todo o incômodo que lhe foi causado. Triste – para não proferir outra palavra – pensar que em pleno século XXI existem pessoas com ideologias rasas e que agem com intenção de ferir o próximo”, diz a nota.
Fonte: G1
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