Artigo
Entre Olhares: Gênero na Escola

Saco de pancada (literal e ficticiosamente), pau para toda obra, sucedâneo à família, culpada de tudo e por tudo, transformada em restaurante, consultório médico, odontológico e psicológico, repassadora de auxílios, assistente social, reparadora e promotora do resgate social, depósito para desamparados,sucateada, mal tratada, desaparelhada, despreparada, insuficiente, ineficiente, incapaz. Todos estes “adjetivos!” pejorativos são atribuídos à escola no Brasil.
Logicamente que tudo vai depender dos turbulentos arroubos momentâneos pelos quais nossa sociedade esteja passando. Dependerá também dos interesses escusos e sub reptícios que fizerem parte do suposto “pensamento” dos representantes da elite dominante que estejam no exercício do Poder. Lamentavelmente nossa sociedade não dispõe do entendimento de que EDUCAR é uma arte a ser exercida a muito longo prazo.
E por falta deste entendimento nos falta também um verdadeiro PROJETO DE EDUCAÇÃO para a nossa sociedade que possa ser exercido com autonomia por aqueles que de fato trabalham na Educação. Modismos, achismos, invencionices, arremedos, chavões, determinismos ditados por agências internacionais descompassados da nossa realidade cultural, fórmulas mirabolantes para resolver à toque de caixa problemas momentâneos são empurrados à escola.
A Década de 1990 foi marcada pela equivocada história da GRAVIDEZ INDESEJADA além do inexorável avanço espantoso dos casos de contaminação por HIV. Nesta Década o índice de gravidez teve um salto de 64% entre meninas de 10 a 14 anos; 23% entre as adolescentes de 15 a 19 anos; na contra mão, as mulheres entre 30 e 39 registraram um índice de gravidez de ordem inferior a 7%. Mais do que depressa a escola e seus professores foram convocados a combater o mal.
Secretarias dos diversos níveis de Governo, universidades, fundações, movimentos sociais, sob a batuta do Conselho Nacional de Educação começam a orquestrar uma “sinfonata” sexual a ser tocada muito rapidamente nas escolas para controlar/orientar as interações sexuais da juventude.
Evocaram-se os princípios da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e os Parâmetros Curriculares Nacionais com os seus chamados TEMAS TRANSVERSAIS para implantar a ORIENTAÇÃO SEXUAL NA ESCOLA justificada a sua necessidade em função das transformações hormonais enfrentadas pela sua clientela que poderia levar a sociedade a um verdadeiro BANQUETE DE BACUS, desembocando numa epidemia de doenças sexualmente transmissíveis.
Por que não tiveram a valorosa ideia de distribuição de “cintos de castidade” através do SUS, aumentando assim as possibilidades de superfaturamento, desvio de verbas, enriquecimento ilícito e outras falcatruas corriqueiras, normais e normatizadas pelo Congresso Nacional ? Ao que tudo indica, mais uma vez a ESCOLA brasileira cumpriu e muito bem o seu papel. Ao discutir com os jovens questões relacionadas ao sexo, sexualidade e gênero o que se percebe nas duas últimas décadas é o declínio dos casos supra citados no meio da juventude.
A escola não se restringiu apenas a ditar parâmetros comportamentais para o bom moço e a boa moça. Inúmeros temas coadjuvantes foram inseridos na esteira da educação sexual da juventude. O que a direita ultra conservadora desejava era apenas coibir a libidinagem e refrear instintos naturais humanos relativos ao livre exercício do ato sexual. Agora a Escola vira vilã. Está sendo acusada de erotizar as criancinhas, de ensinar sacanagem para os inocentes.
Os PCN’s estabeleceram 3 objetivos para a Orientação Sexual na Escola: 1º – discutir o corpo como matriz da sexualidade; 2º – debater as relações de gênero; 3º – apresentar métodos e técnicas de prevenção. Observa-se que, em momento nenhum, determinou-se à Escola que ela inculcasse nos seus alunos ideologia machista, patriarcalista, himenólatra, de idolatria à virgindade/castidade ou de cerceamento das liberdades constitucionais dos mais jovens.
Faltou à direita ultra reacionária nacionalista entender àquela época que as questões relativas ao sexo e à sexualidade daquela juventude iam muito mais além da necessidade de repressão. Faltou um estudo de cunho sociológico para entender as transformações sociais vivenciadas naquele momento e que geravam aqueles fenômenos tidos como indesejáveis.
Inversões de valores, desestruturação da família, crise econômica, cultural e política, as mulheres assumindo o seu protagonismo social, pais despreparados para assumir a educação de seus filhos, transformações no mercado de trabalho, insuficiência de valores, educativa e de limites aos jovens, gerando a sensação de que a liberdade se tratava de libertinagem. O mais fácil então foi incumbir à escola resolver a situação. E ela o fez com desenvoltura! Para saber mais leia Rodrigo Rosistolato (2007) Fazendo gênero ma escola.
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