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Desenvolvimento industrial de Iguatu: incompetência ou má vontade? Por Jan Messias

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Nesse dia 1º de maio, dia do trabalhador, é um momento oportuno para se falar sobre a geração de empregos e as condições, especialmente em nossa cidade.
Quando observamos a história de Iguatu fica claro que a cidade ainda não superou o fim da era do “Ouro Branco”, que ainda é lembrada pelos que viveram o período. Desde a década de 80 a cidade ainda não conseguiu encontrar uma alternativa que traga desenvolvimento, emprego e riqueza almejado por todos.
Sem o algodão, Iguatu passou a viver como as demais cidades da região: com os recursos vindos da produção agrícola e do comércio local e o desenvolvimento industrial ainda aparecendo de forma tímida nos indicadores econômicos.
A instalação de uma unidade de produção da Dakota foi, certamente, o maior feito nesse sentido, gerando milhares de empregos e receita para o município. No entanto, a ação pontual se perde ao longo dos anos por estar isolada.

Iguatu conta com uma séria de vantagens para se investir e atrair empresas e indústrias. A localização, na região centro-sul do estado e no coração do nordeste, a uma distância de cerca de 500km de várias capitais, é um ponto importante.
Os recursos hídricos são outro forte. Além de ser cortada pelo Rio Jaguaribe, a cidade conta com o Açude Trussu e o Açude Orós com águas que alcançam o município e mesmo em tempos de seca como os atuais não deixam a cidade desabastecida.
As terras são também um ponto forte, abrigando os campos mais férteis da planície do Rio Jaguaribe.

Fim de tarde na Rua Santos Dumont, no centro comercial de Iguatu.

Fim de tarde na Rua Santos Dumont, no centro comercial de Iguatu.

A lista de vantagens continua, passando pela rede de transportes que faz de Iguatu um centro importante para a região. Para coroar essa séria de vantagens, a cidade ainda conta com uma secretaria digna de grandes centros: a secretaria de desenvolvimento econômico, que pouco se vê em ações concretas.

Mesmo assim, com tudo isso a cidade amarga a ausência de industrias e empresas e nos últimos anos não podemos dizer que melhoramos nesse ponto.
As duas gestões de Agenor Neto, que viveram o momento das “vacas-gordas” do governo Lula, com o crescimento do poder aquisitivo da população e injeção de dinheiro nas economias das cidades do interior, não aproveitaram esse momento.
As obras estruturantes do Plano de Desenvolvimento Regional, o PDR, e o projeto como um todo, foram deixados de lado em detrimento de uma gestão que se preocupou mais com festas e praças do que com um desenvolvimento permanente e efetivo. A cidade recebeu uma maquiagem que a deixou bonita, mas ainda assim, as empresas ainda não vieram. E por várias vezes notícias davam conta de empresários visitando a cidade com grandes planos, mas nada de concreto saiu disso além de mídia para o então gestor.

Trânsito de fim de tarde na Avenida Perimetral em Iguatu.

Trânsito de fim de tarde na Avenida Perimetral em Iguatu.

Ainda surfando na alta popularidade de Agenor Neto, Aderilo Alcântara assumiu a prefeitura em 2013 já sentindo os sinais da crise e com a cidade em descrédito diante do poder público, por processos com relação aos gastos nas obras e mesmo assim não deu um novo pulso, um novo modelo de gestão ao município. A primeira gestão de Aderilo fica marcada exatamente pela falta de personalidade política ao ver todas as ações ainda ligadas à figura de Agenor Neto.
Os comentários sobre as razões do desinteresse de investidores em relação a Iguatu são muitos, passando por questionamentos sobre as condições impostas aos empresários e até mesmo suspeitas de exigências ilegais.
Deixando de lado todas as especulações, o que se percebe é total ausência de políticas de incentivos, como se vê em outras regiões, que, para atrair empresas para gerar desenvolvimento, abrem mão de tributos, oferecem infraestrutura, facilitam a parte burocrática e tratam ‘a pão de ló’ investidores.

Iguatu parece inerte diante da necessidade urgente, para ontem, como se diz, de se desenvolver a cidade para tirar a dependência de programas assistencialistas e recursos federais e estaduais que acabam sendo a principal fonte de recursos. Enquanto outras cidades se estruturam e começam a receber os frutos desse trabalho Iguatu parece pouco a pouco perder o trem da história.

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