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Desde as eleições, os brasileiros se tornaram mais pessimistas em relação à economia

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A economia preocupa mais os brasileiros agora do que em dezembro. É o que revela pesquisa Datafolha divulgada ontem. Levantamento realizado nos dias 29 e 30 de março, com 2.028 pessoas, mostra que 26% esperam uma piora na economia. Em dezembro, logo após a eleição de Lula, 20% pensavam dessa forma. Também caiu a taxa de quem espera uma melhora: de 49% para 46%.

No geral, a percepção é de continuidade: 41% dizem que a situação está igual (35% em dezembro), 35% falam em piora (frente a 38%) e 23% afirmam que melhorou (26% na pesquisa anterior). Individualmente, a expectativa piorou: 56% esperam uma melhora (59% antes); 14% acreditam em piora (11% em dezembro); e 28% acham que a situação econômica pessoal vai ficar como está, mantendo o número anterior. Também há pessimismo em relação ao desemprego, pois 44% acreditam em alta, contra 36% há três meses, e 29% apostam em redução, frente a 37%. José Luis Oreiro, professor da Universidade de Brasília, afirma que as pessoas estão pessimistas porque a situação é objetivamente ruim e não estão percebendo economia. “Houve um aumento inegável dos combustíveis, e o alívio do corte do ano passado foi perdido com a volta dos impostos”, diz.

O novo arcabouço fiscal, que segue nesta semana para o Congresso, é um dos recursos para melhorar o cenário econômico. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que, apesar de não ter base, acredita na aprovação do marco fiscal. Apresentada oficialmente no último dia 30, a nova regra tem como elemento central a limitação do crescimento das despesas a 70% da variação da receita dos 12 meses anteriores. Embora tenha sido bem recebida por parte do mercado, tem despertado questionamentos, especialmente sobre como aumentar a arrecadação.

A mesma pesquisa indica que Lula é aprovado por 38% e reprovado por 29%. Outros 30% o consideram regular e 3% não souberam responder. Em relação aos três primeiros meses de sua gestão, 51% dizem que fez menos do que se esperava; 25% dizem que fez o esperado; 18% dizem que fez mais; 4% não souberam responder e 2% deram outras respostas. Dos entrevistados, 50% acreditam que o governo Lula será ótimo ou bom; 27%, que será regular; 21%, ruim ou péssimo. O resultado da pesquisa foi bem recebido pelo governo.

O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, publicou no Twitter que o resultado “mostra a força do novo governo”. Já Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil de Bolsonaro e líder da minoria no Senado, disse que a pesquisa “comprova, acima de qualquer dúvida razoável, que o governo Lula é um tigre de papel”. Bernardo Mello Franco destaca que, nos próximos dias, o Planalto lançará uma ofensiva publicitária – “O Brasil voltou” – para capitalizar a retomada de programas sociais desmontados. “A propaganda pode melhorar o humor do eleitorado, mas o presidente também precisa se ajudar.” Para isso, o governo busca ajustes na estratégia de comunicação, como reuniões para conectar os anúncios e falas dos ministros ao Palácio do Planalto e redução no número de compromissos de Lula, diminuindo ruídos.

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