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Ceará é o 3º em taxa de pessoas com coronavírus entre estados e DF

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Com 9,1 milhões de habitantes e 164 casos de coronavírus confirmados até ontem, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), o Ceará, no momento, é a unidade da federação que tem o 3º maior índice proporcional de incidência da doença no Brasil. No Estado, a cada 100 mil habitantes, a taxa de contaminação é de 1,78 da população. Somente o Distrito Federal, com 3 milhões de residentes e uma taxa de incidência da doença de 4,43 a cada 100 mil pessoas e o Acre, com 891 mil habitantes e taxa de 1,90, superam o Ceará.

Os dados dos 26 estados e do Distrito Federal levantados pelo Sistema Verdes Mares levam em conta as informações sobre os casos confirmados atualizadas pelas secretarias estaduais da Saúde até as 18h de ontem. Devido ao caráter pandêmico da doença, a atualização dos registros é constante e as proporções podem sofrer alterações a cada dia.

No outro lado da lista, o Maranhão, com o registro de 2 casos de coronavírus, tem a menor taxa de incidência da doença no Brasil, com o índice de contaminação de 0,02 a cada 100 mil habitantes. Paraíba e Mato Grosso, também têm taxas baixas, com dois casos confirmados em cada Estado, o índice de infecção detectada é de 0,04 e 0,05, respectivamente a cada 100 residentes em cada Estado.

Alto índice

Se considerado os números absolutos, até o momento, o Ceará também registra o terceiro maior índice de casos no Brasil. São Paulo, com a confirmação de 745 ocorrências; e o Rio de Janeiro, com 191; superam o Estado. No Brasil, esses estados (São Paulo e Rio de Janeiro) também já registraram mortes por coronavírus. Até agora, segundo o Ministério da Saúde, são 34 óbitos em decorrência da doença.

A ocorrência da doença no Brasil é registrada desde o dia 26 de fevereiro, com os primeiros casos em São Paulo. Desde o dia 21 de março a doença já afeta pessoas em todos os Estado do Brasil. Roraima, atualmente com 2 casos, foi o último Estado a confirmar pacientes com coronavírus.

Situação no Ceará

Conforme o Boletim Epidemiológico divulgado, ontem, pela Sesa, dos atuais 164 casos confirmados no Ceará, 151 pacientes moram em Fortaleza, 6 em Aquiraz, 3 em Sobral, 1 em Fortim e 1 em Juazeiro do Norte. O Estado contabiliza outros dois casos de moradores das cidades de São Paulo e Uberlândia que estão em tratamento no Ceará.

Os primeiros casos de coronavírus foram confirmados no Estado no dia 15 de março e desde o dia 20 o Ceará constatou a ocorrência de transmissão comunitária da Covid-19. Isto, segundo a Sesa, significa que o Estado entrou “em uma nova fase do enfrentamento à pandemia, chamada de mitigação”. Nesta nova etapa, informa o Boletim da Sesa, a prioridade é evitar a “evolução rápida de novos casos da doença e garantir a assistência das pessoas vulneráveis e casos graves”.

O infectologista Ramiro Moreira explica que a taxa de incidência observada é “mais ou menos o que nós vemos no mundo inteiro. Estamos ainda no início deste ‘boom’ no Estado do Ceará. Precisamos aguardar mais um pouco para discorrer sobre isso. Há muitos pacientes no aguardo do resultado do exame”. Na avaliação do especialista, no momento, o índice médio registrado no Ceará está dentro do previsto.

Diferenças

O médico destaca ainda que a dinâmica no Ceará “é bem diferente, e isso é bem complexo”, pois o Estado tem “um potencial turístico incomparável, fluxo aéreo importante, muita entrada e saída. Ainda se tem o efeito Carnaval, que não pode ser esquecido. Tudo isso acaba contribuindo para o surgimento de mais casos”, ressalta.

Já o infectologista Bráulio Matias de Carvalho avalia que “falar sobre essa taxa de incidência é muito relativo e depende das decisões governamentais que estão sendo tomadas”, pois, segundo ele, “isso muda conforme as decisões, até mesmo se recomenda isolamento mais recentemente ou mais tardio”.

O médico também acrescenta que o Ceará é uma porta de chegada da Europa. “Há uma íntima relação com as viagens. É tudo muito novo. É preciso pensamento coletivo. De 0 a mil, a importância do isolamento domiciliar é mil. A principal saída nesse momento é o isolamento social. Sabemos que isso vai ser uma temporada. A primeira medida é essa. Antes de sair de casa pense: é essencial sair mesmo? Se não for, não saia”, reforça.

Fonte: Diário do Nordeste

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