Curiosidades
Caso Samarco: novos fundos visam acelerar reparação após 9 anos
Nove anos após o rompimento da barragem da Samarco, um novo modelo de reparação, com a criação de diferentes fundos, traz esperança aos atingidos de que as ações necessárias finalmente se concretizem. O acordo, anunciado há duas semanas, encerra três anos de negociações entre a União, os estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a Samarco, suas acionistas Vale e BHP Billiton, e instituições de justiça.
O desastre em Mariana liberou 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos, afetando municípios ao longo da bacia do Rio Doce até a foz no Espírito Santo, resultando na morte de 19 pessoas e no aborto de uma mulher grávida.
Nesta terça-feira (5), uma marcha em Mariana, convocada pelos atingidos e diversas entidades, lembrará os nove anos da tragédia e cobrará justiça. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizará uma plenária sobre o novo acordo, enquanto a Cáritas promoverá uma exposição e um ato em memória das vítimas.
Embora o MAB reconheça avanços no acordo, critica os valores ainda insuficientes, especialmente para as indenizações individuais. A criação de fundos de ação coletiva, sob gestão do Estado, é vista como um ponto positivo, com a expectativa de que a nova estrutura de governança traga resultados concretos.
O MAB afirma que o acordo é um marco para a reparação pública e sem controle privado, mas continuará pressionando para garantir que os fundos sejam aplicados de forma integral. As negociações, no entanto, não contaram com a participação direta dos atingidos.
O novo acordo busca corrigir falhas do TTAC de 2016, e a Fundação Renova, responsável pela reparação, segue sendo alvo de críticas e processos judiciais relacionados à indenização e à reconstrução das comunidades afetadas.