Regional
Entraves técnicos atrasam obras do ‘Água para Todos’
Geólogos e engenheiros apontam que o projeto é falho ao limitar a caixa d’água em apenas cinco mil litros
Geólogos e engenheiros apontam que o projeto é falho ao limitar a caixa d’água em apenas cinco mil litros
(Foto:Divulgação)
O programa Água para Todos tem recursos do Ministério da Integração Nacional e, em caráter emergencial, tem por objetivo atender à demanda de localidades rurais, isoladas, por meio de sistemas simplificados de abastecimento.
Há quatro modalidades: perfuração de poços profundos com implantação de chafariz; de rede de abastecimento com uma torneira em cada casa; cisternas de polietileno; e barragem subterrâneas. A Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Defesa Civil, Codevasf e Dnocs participam dessas ações.
No Ceará, de acordo com a coordenadoria regional do Dnocs, serão implantados 248 sistemas simplificados (poços e chafarizes), por meio da empresa Geofort Hidrogeologia, com investimento de R$ 5,4 milhões; e 132 com poços, caixa e rede de distribuição residencial, sob a responsabilidade da Imperatriz Poços, com investimentos de R$ 10,4 milhões. A implantação dos modelos mais simples está mais avançada. “Praticamente concluído”, disse o coordenador regional do Dnocs, Ney Barros Costa. “O sistema mais complexos, com tubulação nas casas está com 80% dos serviços realizados”, completa.
Nas localidades rurais, com obras a serem concluídas, no modelo de adutora, moradores temem que o atraso se prolongue por mais alguns meses. “Não há risco das obras ficarem inacabadas ou incompletas, pois há fiscalização no campo e os recursos são liberados por meio de parcelas”, frisou Ney Barros. “O nosso esforço é para minimizar os efeitos da seca prolongada e as reclamações que recebemos contra atraso e defeitos nas obras são fiscalizadas”.
O geólogo do Dnocs, Aloísio Fernandes, observou que os atrasos ocorreram devido à demora no fornecimento de material, na liberação de recursos, além da necessidade de se procurar locais adequados para perfuração dos poços e instalação de caixa d’água. Fernandes avaliou que houve erro na elaboração do projeto. “É um modelo padrão de abastecimento de água, sem olhar a topografia de cada local e a distância das casas”.
Muitos poços não deram água, são secos, e outros apresentam vazão reduzida. “É um processo complexo, mas que está em andamento”, disse Fernandes. Há ainda queixa contra o atraso nas ligações da rede elétrica dos sistemas de bombeamento por parte da Coelce.
A empresa informou, por meio de nota, que precisa de relação das localidades para analisar cada caso, mas que há um esforço permanente para atender às demandas.
O gerente da Imperatriz Poços, no Ceará, Fabrício Wilke, observou que houve necessidade de adequação e que 34% dos poços perfurados não apresentaram vazão suficiente. “Quando o poço é seco, precisamos deslocar material, máquinas, fazer adequações e isso representou perda de tempo”, frisou. “Em duas semanas queremos concluir todos os sistemas”.
Geólogos e engenheiros observam que o projeto é falho ao limitar a caixa d’água de apenas cinco mil litros. Quando há mais de 20 famílias a serem atendidas é preciso implantar dois sistemas. Na localidade de Riacho Verde dos Mendes, na zona rural de Mombaça, o sistema só atende a cinco famílias. “Outros moradores ficaram de fora”, lamentou o agricultor Eronildes Mendes. “A caixa d’água ficou baixa”.
Na localidade de Labirinto, em Mombaça, o poço não apresentou vazão e 30 famílias não foram atendidas. Na comunidade de Cajazeiras, 15 famílias serão beneficiadas. “Fiz o teste hoje (ontem), mas a caixa está com vazamento”, observou o presidente da Associação de Moradores, Alcides Almeida. Nas duas comunidades faltam instalar energia elétrica no sistema de bombeamento.
No município de Pedra Branca, o secretário de Agricultura, Antonio Mineiro Neto, disse que de cinco poços perfurados, três não tiveram vazão e nos outros dois faltam instalar o sistema, nas localidades de Malhadinha e Mendes. No município de Independência, o secretário de Agricultura, Mauro Amaro, também afirma que os sistemas ainda não funcionam, além de reclamar da falta de reunião com os municípios. “As empresas fazem o serviço, mas não há participação com a administração municipal”, afirmou.
A falta de diálogo com as Prefeituras é uma queixa geral quando a gestão municipal é oposição aos que reivindicaram a obra. “Não tivemos informações de perfuração de poços no município”, disse o secretário, Cleudiberto Dantas, de Icó. Em Arneiroz, ocorreu fato semelhante. “Pelo que sabemos, os sistemas não foram instalados”, disse Wendel Alencar. O secretário de Agricultura de Crateús, Carlos Soares, também criticou a forma como os projetos são executados, sem discussão com a Prefeitura e a comunidade.
Fonte: Diário do Nordeste
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