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Brasil carece de dados sobre violência sexual e doméstica, diz diretor do Ipea

[caption id="attachment_11674" align="alignleft" width="600"](Foto:Divulgação)[/caption]Cerqueira defendeu a polêmica pesquisa do Ipea sobre machismo, afirmando que erros são relativamente “comuns”

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(Foto:Divulgação)

Cerqueira defendeu a polêmica pesquisa do Ipea sobre machismo, afirmando que erros são relativamente “comuns”

O Brasil carece de dados sobre violência doméstica e sexual, afirmou o diretor do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Daniel Cerqueira. Segundo ele, faltam pesquisas domiciliares com esse foco, o que é difícil de ser feito, já que a maior parte dos casos de violência sexual acontece dentro de casa. 

Cerqueira defendeu a polêmica pesquisa do Ipea sobre machismo, afirmando que erros são relativamente “comuns” e que o equívoco com os números “não modificou em nada o resultado” e a relevância dos dados. 

Pesquisa do Ipea divulgada no fim de março revelou inicialmente que 65% dos brasileiros concordam com a frase “mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Dias depois, o instituto corrigiu o número para 26%.

Outro dado da pesquisa –que não foi retificado– mostra que 58,5% dos brasileiros concordam com a seguinte afirmação: “se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”. 

“Consideramos a violência de gênero no Brasil um reflexo direto da ideologia patriarcal, que define as estruturas de poder. Ideologia patriarcal é defendida na cultura do machismo, a mulher como objeto de desejo e propriedade. Essa noção passa às vezes implícita pela sociedade”, afirmou. 

Dados 

Segundo Cerqueira, o pesquisador encarregado da pesquisa é “um dos mais meticulosos” da instituição. “Foi um pequeno, grande erro, como o Marcelo [presidente do Ipea] falou.” 

Ele compareceu à audiência pública nas comissões de Direitos Humanos e Assuntos Sociais do Senado no lugar do presidente do Ipea, Marcelo Neri. 

Cerqueira criticou a falta de organização dos dados sobre violência sexual no país, e defendeu a integração das informações do IML (Instituto Médico Legal), da polícia e do Ministério da Saúde –esse último detém a única base de dados sobre estupro no país. 

“Como fazer política pública no Brasil e saber se as políticas foram eficazes ou não?”, questiona Cerqueira. A jornalista Nana Queiroz, idealizadora da campanha “Eu não mereço ser estuprada” –que ganhou larga repercussão no país e o apoio até da presidente Dilma Rousseff– também criticou a falta de dados no país e de conhecimento sobre o que é violência. 

“O brasileiro não sabe o que é estupro, nem como lidar emocionalmente com isso”, afirmou a jornalista, que recebeu 3 mil mensagens de pessoas que já passaram por situações de violência sexual desde que iniciou a campanha. O grupo formado pela jornalista está preparando um documento para entregar a Dilma, sugerindo frentes para combater o machismo no país –pela educação, na polícia, na publicidade e com a realização de mais pesquisas sobre o assunto. Segundo ela, está sendo difícil escrever o documento pela falta de informações nacionais sobre estupro no país.

 

Fonte: Diário do Nordeste

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