Mundo
11 de Setembro: o que aconteceu e os impactos na história 20 anos depois
Há exatos 20 anos, o dia 11 de setembro de 2001 entrou para a história após o mundo assistir à série de ataques terroristas contra os Estados Unidos, realizada pela organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda.
Na manhã daquela terça-feira, 19 criminosos sequestraram quatro aviões e os lançaram contra diversos alvos no país norte-americano, provocando a morte de quase 3 mil pessoas e deixando mais de 6 mil feridos. Mesmo após duas décadas da tragédia, cerca de 1.106 vítimas, o equivalente a 40% do total, permanecem não identificadas.
No início do mês, o gabinete da chefe de medicina forense da cidade de Nova York informou que mais duas vítimas dos ataques contra o complexo empresarial do World Trade Center foram identificadas, através de testes de DNA. A descoberta elevou o número de indivíduos identificados para 1.647.
“Há 20 anos, prometemos às famílias das vítimas do World Trade Center que faríamos todo o possível pelo tempo necessário para identificar seus entes queridos, e com essas duas novas identificações continuamos cumprindo o sagrado compromisso”, declarou Bárbara. A. Sampson, chefe de medicina forense de Nova York.
Um total de 2.996 pessoas foram mortas nos ataques de 11 de setembro, incluindo os 19 sequestradores terroristas a bordo dos quatro aviões. Cidadãos de 78 países morreram em Nova York, Washington, DC e Pensilvânia.
O QUE ACONTECEU EM 11 DE SETEMBRO DE 2001
O dia 11 de setembro de 2001 era uma manhã de terça-feira ensolarada em pleno verão, com o céu totalmente limpo, em Nova York.
Pouco antes das 8h do horário local (9h no Brasil), 19 jihadistas — termo usado por acadêmicos ocidentais para se referir aos muçulmanos sunitas violentos —, a maioria da Arábia Saudita, embarcaram em quatro aviões nos aeroportos de Boston, Washington e Newark. Eles estavam armados com facas, na época permitidas em voos, caso a lâmina fosse menor que 10 centímetros.
No sul de Manhattan, centenas de trabalhadores já haviam iniciado o expediente nos escritórios em Wall Street, região onde ficava o World Trade Center (WTC) — complexo empresarial com área superior a nove campos de futebol, formado por sete edifícios, uma grande praça e um shopping subterrâneo. No centro comercial estava localizado os edifícios mais altos da cidade, chamado Torres Gêmeas, com aproximadamente 115 metros de altura cada.
Quando às 08h46 no horário local o voo 11 da American Airlines, que tinha decolado de Boston com destino a Los Angeles, sequestrado por cinco terroristas, se chocou entre os andares 93 e 96 da Torre Norte.
Os 87 passageiros e tripulantes morreram na hora, assim como centenas das 50.000 pessoas que trabalhavam no prédio. Muitos ficaram presos no 91º andar, sem acesso às escadas de emergência.
“[Ninguém] viu nada, nem sentiu nada, só a luz falhou”, contou à AFP, quase 20 anos depois, o especialista em seguros Joseph Dittmar, que estava em uma reunião no 105º andar da Torre Sul, que ficava na frente do edifício atingido.
Dittmar relatou que após um chamado para evacuar o local, todos desceram ao 90º andar e, ao olhar pela janela, ficaram assustados.
“Vimos móveis, papéis, gente que se atirou no vazio. Coisas assustadoras, terríveis. Senti muito medo”, lembrou, entre lágrimas. Ele decidiu evacuar o prédio pela escada, uma decisão que salvou sua vida. Estima-se que entre 50 e 200 pessoas tenham pulado ou caído das duas torres.
O então presidente do país, George W. Bush, em visita a uma escola de ensino fundamental de Sarasota, Flórida, foi alertado do que se assumiu inicialmente como um acidente.
Cerca de 17 minutos depois do primeiro impacto, o voo 175 da United Airlines com 60 passageiros e tripulantes, que tinha decolado de Boston com destino a Los Angeles, foi lançado contra os andares 77 e 85 da Torre Sul do complexo comercial.
Informado sobre o segundo ataque, Bush qualificou os atentados como “tragédia nacional”.
Enquanto os edifícios queimavam, o voo 77 da American Airlines colidiu contra a sede do Departamento de Defesa dos EUA, o Pentágono, localizado na capital Washington, causando a morte de 59 pessoas a bordo e de 125 militares e civis no prédio.
Cerca de 56 minutos após ser atingida, a Torre Sul desabou. Logo em seguida, o voo 93 da United Airlines, que tinha decolado de Newark, Nova Jersey, com destino a San Francisco, foi derrubado pelos sequestradores em um campo no condado de Somerset, na Pensilvânia, causando a morte de todos a bordo.
A manobra foi uma resposta dos terroristas a tentativa de retomada de controle da aeronave realizada por passageiros e membros da tripulação, alertados por familiares e amigos sobre os ataques.
Quase duas horas depois do impacto inicial, a Torre Norte veio ao chão após ser consumida pelo fogo.
ATENTADOS LIBERARAM GASES TÓXICOS
O número de vítimas que morreram de doenças relacionadas aos ataques de 11 de setembro parece exceder às que perderam as vidas nos ataques, conforme um relatório do fundo de compensação de vítimas.
Mais de 67 mil pedidos de indenização foram apresentados ao fundo desde a abertura, em 2011, para pessoas que estavam perto de locais atacados e, que desde, então desenvolveram doenças. A maioria são indivíduos que moravam ou trabalhavam perto das Torres Gêmeas, cujo colapso liberou gases tóxicos que cobriram a área por semanas.
Quase metade dos casos refere-se a pacientes com câncer e 3.900 foram apresentados em nome de pessoas que já morreram.
Pouco depois dos ataques, foi criado um fundo de indenização para as famílias dos desaparecidos e sobreviventes. Em 2011, uma lei reativou o fundo e o ampliou após o surgimento de cânceres, especialmente entre bombeiros e pessoas que limparam escombros em Nova York. Em 2019, sua operação foi estendida até 2090.
Até o momento, o fundo atendeu a mais de 41.000 reivindicações legítimas, 2.132 delas de pessoas mortas, e pagou um total de quase 9 bilhões de dólares em indenização.
MOTIVO DOS ATAQUES
Os sequestradores eram supostamente financiados pela organização islâmica Al-Qaeda, chefiada na época pelo saudita Osama bin Laden, morto em maio de 2011 pelos EUA. O grupo tem o objetivo de derrubar governos no Oriente Médio, e em outras partes do mundo muçulmano, que não seguem uma ordem política e social baseada no Islã.
Os ataques de 11 de setembro tinham o intuito de reduzir o apoio americano a muitos desses governos. O suporte dos Estados Unidos a essas nações foi interpretado pela Al-Qaeda como um obstáculo à criação de uma ordem global sob a autoridade islâmica.
Os alvos atacados foram escolhidos pela organização devido ao simbolismo que representavam para o país. As Torres Gêmeas eram as peças centrais do WTC, que significavam a globalização, o poder econômico e a prosperidade norte-americana. O Pentágono foi escolhido por ser o quartel-general do Departamento de Defesa, símbolos do poderio militar.
Especialistas acreditam que o voo 93, que caiu na Pensilvânia, estava em direção ao Capitólio, sede do poder Legislativo federal do país.
Antes dos atentados, alguns dos terroristas chegaram a morar nos EUA por mais de um ano, período em que fizeram aulas de pilotagem em escolas de aviação comercial. O restante entrou no território americano meses antes dos ataques.
As quatro aeronaves sequestradas tinham como destino o estado da Califórnia, e foram escolhidas por estarem com os tanques de combustíveis cheios, devido à longa distância que percorreriam.
RESPOSTA AOS ATAQUES
No início da noite de 11 de setembro 2001, o então presidente George W. Bush, que estava na Flórida no momento dos atentados e havia sido transportado pelo país por motivos de segurança, voltou à Casa Branca.
O chefe do Executivo norte-americano fez um discurso para a toda nação, em que afirmou que os EUA iriam retaliar os responsáveis pela tragédia.
“Os ataques terroristas podem abalar as fundações de nossos maiores edifícios, mas não podem atingir os alicerces da América. Esses atos destroem o aço, mas não podem prejudicar o aço da determinação americana. […] Não faremos distinção entre os terroristas que cometeram esses atos e aqueles que os abrigam”, declarou.
Denominada Operação Liberdade Duradoura, a Guerra ao Terror não estava direcionada a um país específico, mas sim a prática de ação política pautada em atentados terroristas.
O primeiro país invadido pelas tropas norte-americanas foi o Afeganistão, apontado como local usado de esconderijo por Bin Laden. No período, a nação era comandada pelo grupo fundamentalista islâmico Talibã, que se recusou a entregar o chefe da Al-Qaeda.
“Não pensei que os Estados Unidos atacariam o Afeganistão em represália pelo que aconteceu” recordou o ex-funcionário público Abdul Rahman, que na época tinha 20 anos, à AFP. “Eu pensava que os Estados Unidos ficavam muito longe”.
Em poucas semanas, a investida ocidental derrubou o governo dos talibãs e instaurou um estado, que perdurou por vinte anos, encerrando em agosto deste ano com a retirada das tropas estrangeiras do país oriental, marcada pelo retorno do grupo islâmico ao poder.
Além do Afeganistão, os EUA também realizaram ações da operação em outros lugares do mundo, onde capturaram diversos acusados de terrorismo e os prenderam na prisão localizada na base militar de Guantánamo, na Ilha de Cuba.
Situada fora das fronteiras norte-americanas, a prisão não se submete às leis de país algum, ficando os prisioneiros sujeitos às regras e julgamentos apenas do exército dos Estados Unidos. Medidas duramente criticadas por americanos e estrangeiros, pois não garantem direitos mínimos de defesa aos prisioneiros.
IMPACTO ECONÔMICO
Os ataques terroristas do dia 11 de setembro tiveram um forte impacto negativo sobre a economia dos Estados Unidos. No dia da tragédia, muitas instituições de Wall Street, incluindo a Bolsa de Valores de Nova York, foram evacuadas durante os ataques. No primeiro dia de negociação após os ataques, o mercado caiu 7,1%.
Segundo o canal History, só a economia da cidade de Nova York perdeu 143 mil empregos por mês e 2,8 bilhões de dólares em salários nos primeiros três meses. As perdas mais significativas foram em empresas de transporte aéreo, responsáveis por 60% das vagas perdidas.
O custo estimado dos danos do World Trade Center é de 60 bilhões de dólares. O custo para limpar os destroços no Marco Zero foi de 750 milhões de dólares.
Fonte: Diário do Nordeste
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