Um mês após o início da vacinação contra Covid-19 no Ceará, no dia 18 de janeiro, menos de um quarto (24%) dos idosos acima de 75 anos foi imunizado no Estado. Até essa terça-feira (16), 82.612 deles haviam recebido a primeira dose contra o coronavírus, enquanto a meta é vacinar 341.844 idosos nessa faixa etária. Os dados são do Vacinômetro, monitoramento de doses divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).

Em Fortaleza, a população estimada de residentes a partir de 75 anos que devem ser vacinados é de 86.890, dos quais 37.176 (42,7%) já garantiram uma das duas doses necessárias, em casa ou em postos drive-thru. A cobertura vacinal dos cearenses que vivem em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), por outro lado, está mais adiantada: conforme a Sesa, são 3.595 idosos nessa condição no Estado, dos quais 2.075 (58%) já foram imunizados.

Além de Fortaleza, os municípios que vacinaram o maior número de idosos com mais de 75 anos foram Juazeiro do Norte (1.730), Caucaia (1.710), Maracanaú (1.040) e Sobral (1.030). Algumas dessas cidades já aplicaram 100% das doses disponíveis para o grupo; as exceções são Maracanaú, que aplicou 99%; e a Capital, que não informou o quantitativo à reportagem.

Já as localidades que menos vacinaram os chamados idosos extremos foram Granjeiro (50), Senador Sá (50), Ererê (40), Guaramiranga (40) e Potiretama (40). Apesar disso, com exceção de Ererê e Potiretama, todas já aplicaram 100% das doses recebidas para o grupo prioritário, conforme dados das secretarias municipais de Saúde, reunidos e divulgados pela Sesa nessa terça-feira (16).

Em nota, a Sesa justificou que “o cronograma da vacinação depende, fundamentalmente, da liberação dos imunizantes para os estados”, e que a aquisição das vacinas contra a Covid-19 “é de responsabilidade do Ministério da Saúde”. A Pasta complementa ainda que “a aplicação dos imunizantes nos grupos prioritários fica a cargo dos municípios, sempre seguindo a recomendação do Programa Nacional de Imunização (PNI)”.

Ana Estela Leite, secretária de Saúde de Fortaleza, reconhece que a capital “não tem doses suficientes para contemplar 100% do grupo prioritário da fase um” do plano, uma vez que depende do Governo Federal. “Estamos trabalhando com dois tipos de vacinas: Coronavac, que todas as segundas doses estão garantidas; e Astrazeneca, que aplicamos 100% das doses, por recomendação do Ministério da Saúde, que deve enviar o quantitativo para a segunda dose a tempo”, estima.

Fonte: Diário do Nordeste