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Onde está a Dory? Exibição de peixes defende criação responsável apesar de campanha contrária

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Após polêmica nas redes sociais, a exibição de peixes ornamentais promovida pelo Shopping Benfica, em Fortaleza, divulgada com o mote “Encontre Dory”, atraiu curiosos e dividiu a opinião de visitantes sobre a exibição da espécie Tang Azul, que dá vida à personagem do filme “Procurando Dory”.

Neste domingo (3), a sala onde ocorre a exibição dos peixes ficava lotada ao término de cada sessão do longa, cuja estreia aconteceu na quinta-feira (30).

Peixes da espécie de Dory e Nemo não são exibidos ao vivo.

“Acabamos de assistir ao filme e, por acaso, vimos a exposição”, afirmou a coordenadora Valdiana Correia, de 38 anos, que levou o filho Levi ao cinema. Ambos ficaram curiosos com a ausência do peixe da espécie de Dory e desconheciam a razão pela qual ele não estava em exibição. A estudante Elisa Amorim, de 18 anos, foi atraída pelo aquário com um sinal de interrogação e concordou com a não exibição do peixe.

A publicação da exposição na página do shopping, no Facebook, somou milhares de reações negativas, na última semana. Há uma preocupação que o filme influencie a compra desses peixes ornamentais, semelhantemente ao que aconteceu com a espécie “peixe-palhaço”, do filme “Procurando Nemo”, antecessor de “Procurando Dory”. Diferentemente do “peixe-palhaço”, o Tang Azul, ou “cirurgião-patela” – como também é chamado, não se reproduz em cativeiro, e o impacto comercial ameaça a espécie.

A professora Dulce Freira, de 40 anos, levou o filho Artur Freira, de 9, para conferir a exposição após assistir ao filme. A visita era um segredo, pois o filho é apaixonado por peixes e ficaria muito ansioso se fosse avisado previamente. Ela critica a polêmica em torno da exibição do peixe. “Tudo hoje gera polêmica. Já fui a exibição de peixes em que tanto o ‘Nemo’ como a ‘Dory’ estavam lá”, pontua.

Dulce e o filho, Artur, são apaixonados por peixes.

A paixão do filho contagiou toda a família. Eles já criam um peixe da espécie do personagem Nemo e pretendem criar também um Tang Azul, afirma Dulce. Artur não tirava os olhos dos peixes e pediu informações sobre a ausência da “Dory”. Suas espécies preferidas, confessa, são as de água salgada.

Na exposição, o aquário em que deveria estar o Tang Azul apresenta uma interrogação e, ao lado, um cartaz, explicando o motivo da ausência. Na parede, também foram distribuídas informações sobre a preservação dos ambiente aquático e o combate à caça predatória.

 

O proprietário da empresa Habitat Pet, Airton Carneiro, que promove a exibição, pontua que a proposta não é impedir a compra, mas conscientizar sobre a criação adequada de cada espécie. “Não dizemos que não vamos vender, mas queremos mostrar que há formas legais e sustentáveis para isso”, ressalta.

Campanha

A previsão de impacto do sucesso do filme sobre a espécie Tang Azul disseminou a campanha “Não Encontre uma Dory”, criada nos Estados Unidos e reforçada no Brasil pelas redes sociais

Os argumentos da campanha se baseiam na experiência com as vendas do Peixe-Palhaço que, após o filme, subiram em torno de 40%, resultando na retirada de mais de um milhão de peixes do habitat natural, por ano, segundo dados da Fundação de Conservação Salve Nemo. A espécie já seria ameaçada de extinção.

Diferentemente do Peixe-Palhaço, o Tang Azul não é capaz de se reproduzir em cativeiro. Portanto, a retirada do peixe é feita diretamente em seu ambiente natural, impactando diretamente no equilíbrio da sua população.

Fonte: TRIBUNA DO CEARÁ

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