Iguatu

Iguatu sedia 24º seminário de alocação das águas dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú

Published

on

Os açudes Banabuiú, Orós e Castanhão tiveram suas vazões definidas no XXIV Seminário de Alocação Negociada das Águas dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú. Para discutir e aprovar a operação dos três maiores reservatórios do Estado do Ceará, definindo os números de liberação para o segundo semestre de 2017, a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos do Ceará (COGERH), em parceria com o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), realizou o evento no auditório do campus Multi-institucional Humberto Teixeira.

Os comitês das Sub-Bacias Hidrográficas do Baixo, Médio e Alto Jaguaribe, Banabuiú e Salgado aprovaram as vazões médias dos reservatórios estratégicos: Castanhão 3,0 m³/s; Banabuiú 0,08 m³/s; Orós 3,0 m³/s.

O seminário teve apresentação do resultado da operação emergencial 2017.1 (1º semestre) dos reservatórios do sistema de perenização dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú – açudes Banabuiú, Orós e Castanhão; apresentação da situação da oferta e demanda para o 2º semestre de 2017 nos Vales do Jaguaribe e Banabuiú; discussão com a plenária, elaboração e aprovação de proposta de operação para o 2º semestre de 2017 para os reservatórios do sistema de perenização dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú – açudes Banabuiú, Orós e Castanhão; comissão de acompanhamento da operação dos três açudes e encaminhamentos.

Clima tenso

A tônica das decisões ocorreu em meio a um clima de tensão, com agressões verbais contra representantes da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) e da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH).

Orós

Durante a alocação de água do açude Orós prevaleceu a necessidade de atender localidades e cidades do médio Jaguaribe, indo até Jaguaretama. A proposta apresentada pelos usuários e integrantes da Bacia Hidrográfica do Alto Jaguaribe de reduzir para 2m³/s foi derrotada.

Em dezembro, segundo previsão da COGERH, o reservatório deve chegar a 5% de sua capacidade. Hoje está com 10%. “O quadro que se desenha para os próximos meses é de agravamento dessa crise hídrica e percebemos que ainda brigam por água para irrigação”, lamentou Paulo Landim, integrante do comitê. Ele disse ainda que “os moradores de Orós, de Icó e de localidades rurais vão ser prejudicados. Sem falar do comprometimento da qualidade da água que tende a piorar”.

Castanhão

A proposta de zerar a liberação de água do açude Castanhão para a Região Metropoltana de Fortaleza (RMF) foi levantada pelos comitês. O objetivo era de suspender até dezembro a transferência do recurso hídrico do reservatório, a termelétricas, industrias do Pecém e de outras cidades do entorno. Mas foi aprovada a manutenção da liberação para o Eixão das Águas, reduzindo a transferência para a RMF, que deve ficar em torno de 1,2m3/s, manter 0,95m3/s para o Distrito de Irrigação de Tabuleiro de Russas (Distar) e aumentar em 50l/s a vazão atual de bombeamento reverso para o Canal do Trabalhador.

Outra proposta aprovada foi a liberação de 4,5m3/s para o Baixo Jaguaribe trabalhar para reduzir perdas de perenização e atender abastecimento humano até a localidade de Sucurujuba, em Jaguaruana. Haverá ainda liberação de água para pequenos produtores e consumo dos animais (dessedentação).

Interesses

O presidente da COGERH, João Lúcio Farias, credita a intensidade da reunião em função da crise do abastecimento pleno para as múltiplas funções do liquido e disse ainda não acreditar que a população do interior seja prejudicada. “A exacerbação das discussões ocorre em função dos interesses que ocorrem dentro dos comitês. Nas regiões do baixo e médio Jaguaribe acreditamos que não terão seus abastecimentos comprometidos, tanto que reduzimos o que era enviado a RMF”, ponderou.

FUNCEME

A chefe do núcleo de meteorologia da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), Meiry Sakamoto, presente no seminário, fez uma avaliação aos presentes da quadra chuvosa do ano. “Com o fim da quadra invernosa, apesar de ser dentro da média histórica, percebemos que as distribuições das chuvas foram muito irregulares, com o centro-sul do estado muito prejudicado. Os ânimos exaltados fazem sentido pois os aportes dos reservatórios, existiu, mas foram poucos e não resolveu a crise hídrica”, pontou.

Previsão 2018

A meteorologista fez ainda uma apresentação das tendências para o ano de 2018. “Temos uma missão e responsabilidade enorme em emitir qualquer prognóstico. Previsão ainda é muito cedo, temos tendências que observemos pelo oceano atlântico as condições de la ninha e el ninho. As águas de momento estão mais tranquilas contribuído para el ninho, e esse padrão pode se manter até o final do ano, afetando negativamente as chuvas do ano que vem. Mas é muito cedo, precisamos aguardar o comportamento do oceano que começa a se definir pelo mês de novembro” adiantou.

EM ALTA

Sair da versão mobile