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Governo de São Paulo adotará apenas livros didáticos digitais no ensino fundamental II; especialistas discordam

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Não há experiência internacional, estudo ou entidade que apoie a decisão de eliminar os livros da sala de aula e oferecer apenas conteúdo informatizado. A recente decisão do governo de São Paulo de fornecer aos alunos do ensino fundamental II e do ensino médio apenas material didático digital, desenvolvido por seus próprios técnicos estaduais, é amplamente criticada por acadêmicos e entidades, que acompanham o tema com preocupação.

É unânime a posição de especialistas que o desafio de formar as futuras gerações exige a adoção de um esquema híbrido, que integre as vantagens do analógico e do digital. E essa mistura precisa ser gradual, acompanhada de adaptações na infraestrutura das escolas, na formação docente e nas propostas pedagógicas.

A razão para a crítica contundente à decisão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) passa por justificativas como o exemplo da Suécia (que adotou a digitalização completa e agora decidiu recuar), pelo mais recente relatório da Unesco (que sugere banir os celulares da sala de aula) e chega ao rescaldo recente da pandemia, quando a falta de estrutura tecnológica das escolas e dos lares das famílias ficou evidente.

O diretor executivo da ONG Todos Pela Educação, Olavo Nogueira Filho, afirma que dados e evidências sugerem muita cautela na adoção do digital.

“Nenhum país fez substituição integral de impressos por digitais. A ideia é que haja uma coexistência. A Suécia, que buscou a digitalização completa, está [voltando atrás] e repensando essa postura”, diz Nogueira.

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