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Bolsonaro mantém postura antivacina e se isola na ONU

Na véspera de seu discurso na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi constrangido por autoridades de outros países pelo fato de ainda não ter se vacinado contra a Covid-19. O brasileiro é o único entre os chefes dos países do G-20 a recusar publicamente a imunização, um dos principais tópicos do encontro que começa hoje em Nova York.
Em audiência ontem com o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, Bolsonaro ouviu quieto os elogios do britânico à vacina produzida pela farmacêutica anglo-sueca AstraZeneca. Johnson, que acabara de sugerir a jornalistas que tomassem a vacina, disse a Bolsonaro: “Eu tomei duas vezes já”. O brasileiro respondeu com o sinal negativo das mãos e completou: “Eu ainda não”.
Com a vacinação amplamente defendida por líderes mundiais como Johnson e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Bolsonaro destoa do restante do mundo no evento da ONU. O constrangimento pela falta de vacinação do presidente, que tem procurado saídas para poder circular em Nova York sem vacina, e sua declarada posição sobre o tema, colocam em xeque a estratégia do Itamaraty de vender uma agenda positiva no evento e reverter o desgaste internacional do Brasil.
Bolsonaro já poderia ter se vacinado desde abril, mas, além de recusar a aplicação da dose, tem feito reiteradas críticas a imunizantes aplicados no País, como a Coronavac. Na semana passada, orientou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a suspender a vacinação em adolescentes, apesar de a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter liberado o uso do produto da Pfizer nesta faixa etária.
No vídeo do encontro com Johnson divulgado por Bolsonaro em suas redes sociais, o brasileiro omitiu a parte na qual o britânico defende a vacinação. A fala, porém, foi divulgada pelo governo do Reino Unido, que, em comunicado sobre a reunião bilateral, enfatizou: “O primeiro-ministro destacou a importância das vacinas como nossa melhor ferramenta para combater o vírus e salvar vidas em todo o mundo”.
Além de se isolar na ONU como negacionista da vacina, Bolsonaro teve sua circulação restrita em Nova York, que sedia a assembleia de nações. A cidade exige imunização para uma série de atividades e o próprio organismo orientou que as delegações estivessem imunizadas ao desembarcar na cidade.
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, mandou ontem um recado hostil para Bolsonaro para que ele não viajasse à cidade, embora o brasileiro já estivesse lá. “Precisamos enviar uma mensagem a todos os líderes mundiais, incluindo, principalmente Bolsonaro, do Brasil, que, se você pretende vir aqui, você precisa ser vacinado. Se não quiser ser vacinado, não se incomode em vir, porque todos deveriam estar seguros juntos. Isso significa que todos precisam ser vacinados”, disse De Blasio a jornalistas.
No discurso de hoje, o presidente do Brasil também deve falar da questão ambiental. Bolsonaro deve dizer que os recursos para o Ibama foram duplicados, que houve anúncio de contratação de mais de 700 servidores para a fiscalização ambiental e que os números de desmate ilegal na Amazônia caíram em julho e agosto deste ano, na comparação com o ano passado.
Boris Johnson vai sediar em novembro a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021. A COP-26 é considerada o mais importante encontro climático multilateral desde a versão de 2015, que aprovou o Acordo de Paris.
O premiê britânico disse a Bolsonaro apoiar o financiamento, por países ricos, de projetos de desenvolvimento sustentável em nações em desenvolvimento. No Twitter, após a reunião, Johnson repetiu essa ideia.
O governo brasileiro aproveitou para pedir flexibilização da entrada de brasileiros no Reino Unido. Nos últimos dias, o país europeu flexibilizou a chegada de passageiros internacionais. O Brasil, no entanto, continua na lista vermelha, na qual, independentemente do comprovante de vacinação, é necessário fazer quarentena. Segundo fontes do governo brasileiro, Johnson sugeriu que pode rever a situação do Brasil em 4 de outubro.
Fonte: O Povo
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