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Um em cada 3 profissionais de saúde mortos por Covid-19 no Ceará era médico

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No Ceará, dos 29 profissionais de saúde que morreram em decorrência da Covid-19 desde o início da pandemia, nove eram médicos. O total equivale a 31% de todas as fatalidades em agentes sanitários. Até esta quarta-feira (5), pelo menos 14.956 profissionais foram diagnosticados com o novo coronavírus no Estado. Os dados são da plataforma IntegraSUS, atualizada às 14h36 desta quarta. O painel é administrado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

A plataforma mostra ainda que o Ceará ultrapassou os 181 mil casos de Covid-19 e 7,8 mil óbitos pela doença.

Ainda de acordo com o IntegraSUS, a doença é mais fatal entre os médicos. A taxa de letalidade da profissão é de 0,6%, a mais alta entre os agentes sanitários do estado. O índice também é maior do que a letalidade estadual em servidores da saúde, que tem taxa por volta de 0,5%. Isso significa dizer que, no Ceará, a cada 160 casos de médicos infectados pela Covid-19, um deve evoluir para óbito.

Apesar de concentrar o número de óbitos, a categoria médica é a terceira em número de casos: 1.443 profissionais da medicina foram infectados pelo novo vírus desde o começo da pandemia. A categoria fica atrás, em ocorrências, dos enfermeiros (2.140 casos) e dos auxiliares e técnicos de enfermagem, profissões mais afetadas, com 4.299 casos confirmados.

Entre os técnicos de enfermagem, que lideram o número de casos da doença, 1 em cada 585 profissionais acometidos pelo novo coronavírus morrem em decorrência da doença (letalidade de 0,18%).

Fortaleza é a cidade com maior número de profissionais da área mortos pelo novo coronavírus do estado, com 12 óbitos desde 10 de abril, data da primeira morte entre os agentes de saúde. A capital também é o município com mais registros de médicos perdidos para doença: Pelo menos 5 mortes aconteceram na cidade.

Acompanhamento

O cuidado com a equipe de saúde, alerta a médica Fernanda Colares, especialista em Gestão Hospitalar, é fundamental para evitar o avanço da doença nas unidades de saúde. “Principalmente durante a rotina de atendimento. O que os principais estudos mostram para gente é que os contágios acontecem nesses espaços de retirada de equipamentos”, aponta Fernanda, responsável pela administração de um hospital particular na capital.

Além do acompanhamento, estabelecer e divulgar protocolos de saúde de maneira eficiente permitem adequar os profissionais à dinâmica da pandemia à medida em que ela avança. “Explicar através de material gráfico e vídeos os protocolos para cada EPI [Equipamento de Proteção Individual], como usar de acordo com cada atividade, e identificar os fluxos de locais adequados para paramentação”, detalha a médica.

Para aqueles em vulnerabilidade, o cuidado é dobrado. “No hospital onde trabalho direcionamos as pessoas consideradas grupos de risco para outras atividades. Eles foram encaminhados para funções de suporte, locais não tão expostos”, indica Fernanda, que reforça: os cuidados com a equipe na linha de frente não se restringem aos profissionais de saúde.

“Na linha de frente temos também os recepcionistas, os maqueiros, os profissionais que realizam exames como tomografia. Todos precisam de atenção porque são as pessoas que têm contato direto com esses pacientes”.

Quanto às orientações da Sesa para as unidades públicas de atendimento, a pasta explica que cada unidade de saúde é responsável por desenvolver um protocolo sanitário específico, mas que há recomendações gerais, são elas: o uso dos EPIs, manutenção de distanciamento físico mínimo e higienização adequada.

A técnica da Vigilância Sanitária do Estado, Jane Cris Cunha, explica que o órgão realiza fiscalizações nas unidades para verificar possíveis irregularidades. “Neste ano, já fiscalizamos em torno de 200 estabelecimentos de saúde. De todas as denúncias que a gente recebe, 60% vem do setor público e 40% do privado”, afirma.

Fonte: G1 CE

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