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Trabalho informal cresce 6% no Ceará e atinge mais de 1 milhão de pessoas

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Segundo o IBGE, total de trabalhadores informais passou de 946 mil, do segundo trimestre de 2017, para 1,004 milhão em igual período deste ano.

Uma busca por emprego formal que parecia não ter fim e muita aflição. Esta foi a percepções da fisioterapeuta Nadyna Kalita, 25 anos, que não conseguiu trabalho com carteira assinada após dois anos de tentativas depois de formada e começou a atuar por conta própria. “Tive que procurar outros meios”, afirma. Ela não está só. O segundo trimestre deste ano, de abril a junho, encerrou com mais de 1 milhão de pessoas nesta situação no Ceará, aumento de 6,13% em relação ao total observado em igual período de 2017, quando o Estado contava com 946 mil pessoas no trabalho informal.

Os dados constam na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE). A informalidade, mesmo para quem possui alguma formação profissional, tem sido alternativa para garantir a renda e o pagamento das contas.

Para o analista de Mercado de Trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho no Ceará (IDT), Mardônio Costa, a expansão da informalidade é um movimento que ocorre em resposta à lenta recuperação econômica e as atuais dificuldades no mercado de trabalho nacional. Hoje, a taxa de desemprego no País é de 12,3%, atinge quase 13 milhões de brasileiros.

“Em momentos de crise, o setor informal se constitui. É como um colchão amortecendo as tensões sociais. Fizemos isso em 2015 e 2016, dois anos de retração em que a economia encolheu 7% no acumulado do período. A exemplo do que ocorreu em âmbito nacional, essa recessão também impactou no número de desempregos no Ceará”, explica, lembrando que a economia só foi melhorar no ano passado, quando o Produto Interno Bruto (PIB) fechou em 1%. No Ceará, o crescimento econômico foi de 1,87%, acima da média nacional.

Os dados positivos sinalizavam para uma retomada definitiva do crescimento do País neste ano. No entanto, a projeção do Relatório de Mercado Focus para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2018 encolheu pela metade, passando de 3% para 1,44%.

Mardônio aponta que a recessão e o desemprego ainda elevado, somados à tensão eleitoral e greve dos caminhoneiros, que paralisou a economia nacional em maio último, foram os motores que contribuíram para frear o avanço previsto para este ano. “Essas perspectivas foram dissipando a economia e isso provocou impacto no mercado de trabalho. Com a recuperação se dando de forma lenta, a geração de emprego também ocorre de forma modesta”, observa.

Outro ponto que refletiu no aumento da informalidade foi o receio das empresas em investir no processo de contratação custoso em meio ao cenário de instabilidade. No Brasil, o número de trabalhadores informais passou de 22,5 milhões no segundo trimestre de 2017 para 23 milhões em igual período deste ano, avanço de 2,2%.

Fonte: O Povo

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