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Suspeito de ser mandante da chacina das Cajazeiras é preso em apartamento no Cocó

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A polícia prendeu mais quatro suspeitos de participação na chacina das Cajazeiras, crime ocorrido em Fortaleza na madrugada de 27 de janeiro, quando membros de uma facção invadiram o clube Forró do Gago e disparam vários tiros, matando 14 pessoas. Um quinto suspeito, que já estava preso por outros crimes, é apontado como um dos mandantes da chacina. Um outro preso também é suspeito de dar ordem para o crime. Outras quatro pessoas foram identificadas e seguem foragidas. Ao total, são 10 presos até o momento.

O titular da Divisão de Homicídios, delegado Leonardo Barreto, confirmou que a chacina pode ter sido motivada por confronto entre grupos de criminosos organizados. “Há uma suspeita muito forte de que foi disputa por território de duas facções. Agora maiores detalhes dessa motivação a gente vai apresentar numa fase 2 [continuidade das investigações], numa eventual fase 3 ou no relatório final.”

Na tarde desta segunda-feira (19) foram cumpridos mandados de busca e apreensão em um apartamento no Bairro Cocó, em Fortaleza. No local, foi preso Deijair de Sousa Silva, de 29 anos, conhecido como “De Deus”. Ele é apontado como um dos mandantes do crime.

Arma usada no crime 
Na casa do mandante, foram encontradas várias armas, inclusive uma que foi utilizada na chacina. “Na residência foi encontrada essa pistola, calibre 45, com 76 munições. É uma arma não muito comum aqui no Ceará, e foi uma arma utilizada no crime, na chacina”, afirmou o secretário de Segurança do Ceará, André Costa.

“De Deus”, que já responde pelos crimes de roubo, porte ilegal de arma de fogo e tráfico, foi levado à delegacia e foi autuado em flagrante por posse ou porte de arma de fogo de uso restrito e por associação criminosa.

As quatro prisões foram anunciadas na tarde desta terça-feira (20). Com os presos, a polícia apreendeu um arsenal e drogas. De acordo com a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegacia responsável pelas investigações do caso, foram apreendidos veículos, mais de 500 munições e uma granada.

Os policiais apuraram também a existência de uma conta bancária com mais de R$ 130 mil, que estava no nome de uma empregada doméstica, tia de Deijair. A mulher foi ouvida pela polícia e declarou que a conta era movimentada por “De Deus”. “Há uma suspeita de que essa conta estava sendo utilizada para fins criminosos, e vai ser objeto de maior minúncia na investigação para saber se há lavagem de dinheiro ou outros crimes financeiros.”

Presos nas investigações
Outras seis pessoas haviam sido presas; uma delas horas após o crime e outras cinco no velório de uma das vítimas da chacina. No total, 10 presos, quatro pessoas identificadas e foragidas, e um que já estava preso por outros crimes são apontados como participantes da chacina que matou 14 pessoas no Forró do Gago.

Noé de Paula Moreira já estava no sistema penitenciário e é suspeito de ser um dos conselheiros da facção responsável pela chacina.

Entre os presos ao longo deste mês estão uma mulher flagrada com droga e munições. Ana Karine da Silva Aquino, 23, admitiu à polícia, em depoimento, ter fornecido munição aos atores dos disparos na chacina. E Ayalla Duarte Cavalcante, 21, homem suspeito de incendiar um veículo usado pelos criminosos. “Ele se declarou batizado, integrante de uma facção e adimitiu participação”, disse o delegado Barreto.

Também foi preso um homem conhecido com Biel, depois de trocar tiros com policiais. Ele foi flagrado com uma escopeta calibre 12 e porte de cocaína. “As investigações apontam uma forte suspeita de que essa 12 tenha sido utilizada na chacina”, declarou o delegado.

Mortos e feridos na chacina

Conforme testemunhas relataram a policiais, vários homens armados em três veículos dispararam em que viam pela frente. Entre as vítimas estavam um trabalhador que vendia cachorro-quente em frente ao local e um motorista de Uber que deixava passageiro na festa.

Além das vítimas, pelo menos 18 pessoas ficaram feridas no tiroteio dentro do clube. No dia do crime, o governador do Ceará, Camilo Santana, classificou o ato como “selvagem e inaceitável”.

“Determinei rigor absoluto nas investigações e busca incessante dos criminosos, para que todos os envolvidos sejam identificados e presos o mais rápido possível. Não aceitaremos de forma alguma que esse tipo barbárie fique impune”, escreveu o governador.

Fonte: G1/CE

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