Saúde
SONO: Pessoas que trocam o dia pela noite tendem a desenvolver depressão, aponta estudo
“Tenho uma meta diária de leitura que oscila entre 40, 50 páginas até 70. Às vezes, vejo um ou dois filmes. É claro que qualquer pessoa que lida comigo percebe que a partir das 16 horas até às quatro, cinco da manhã, eu sou o João Luiz que elas conhecem de verdade, eu sou o João Luiz que fica mais criativo, mais bem-humorado.”
Pessoas assim, como o professor João Luiz, podem ter mais chances de terem depressão, segundo uma pesquisa do Instituto de Neurociência e Medicina, na Alemanha. De acordo com o estudo, muitos notívagos, como são chamadas essas pessoas, são forçados a viver no mesmo ciclo de quem dorme à noite. Eles precisam levantar cedo para ir à escola ou ao trabalho e só conseguem dormir tarde da noite, ficando sempre em débito com o sono. Esse estado de cansaço constante faz com que eles consumam mais cafeína, nicotina, álcool e outros estimulantes, substâncias associadas à depressão. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem desta doença. De acordo com o neurologista integrante da Academia Nacional de Medicina, José Manoel Jansen, além da depressão, trocar o dia pela noite pode desenvolver outras doenças.
“Há pessoas que querem dormir de noite, que só rendem de noite, que só trabalham de noite. O organismo não sofre essas mudanças de uma forma em bem, ele paga um preço. Então essas pessoas têm mais nervosismo, essas pessoas têm mais hipertensão arterial, tem mais diabetes”.
Segundo o neurologista, trocar o dia pela noite pode ter causas genéticas, ambientais, condições de trabalho, condições de adequações e de um transtorno químico de nossas fases do sono.