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Romaria de Nossa Senhora das Candeias começa em Juazeiro do Norte

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Uma missa campal em frente à Basílica de Nossa Senhora das Dores dá início, na noite desta segunda-feira (29), à primeira grande romaria de 2018 em Juazeiro do Norte. Até sexta-feira, 2 de fevereiro, a Igreja Católica calcula que cerca de 250 mil pessoas passem pela terra do Padre Cícero.

Nesta semana, os católicos vão participar de uma série de missas. Diariamente, na Basílica, são cinco horários reservados para celebrações: 6h, 9h, meio-dia, 16h e 19h. Na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, onde está o túmulo do Padre Cícero, também há uma programação de missas: 7h, 10h, 15h30 e 17h. Há ainda um mutirão de confissões.

Na noite de 2 de fevereiro, encerramento da romaria, uma procissão iluminada vai cruzar as ruas do centro de Juazeiro do Norte. Essa cena marcante da fé dos romeiros pode ter surgido do empreendedorismo do Padre Cícero.

Ônibus de romeiros chegam à cidade (Foto: Edson Freitas/TV Verdes Mares)

O padre Cícero José, pároco-reitor da Basílica, repete uma história que outros sacerdotes confirmam. O Padre Cícero foi procurado por um artesão que tinha como principal ofício fazer candeeiros. O homem dizia estar desocupado e pensava em ir embora do Cariri. Padre Cícero, então, teria dito a ele que continuasse produzindo candeeiros porque ele teria muitos clientes. Ao mesmo tempo, incentivou a devoção à Nossa Senhora das Candeias, da Luz ou da Candelária em outros Estados. Todos os nomes fazem referência à chama da vela que, simbolicamente, apresenta Jesus Cristo ao mundo. A procissão teria nascido daí. E não faltou trabalho ao artesão.

“O que marca a história do Padre Cícero é que ele não se contentava só com o púlpito. Ele descia e ia ao encontro da necessidade do povo”, afirma o pároco-reitor da Basílica.

Não há documentos que confirmem isso, afirma a historiadora Fátima Pinho, professora da URCA que, na tese de doutorado, estuda o que chama de representações do Padre Cícero na imprensa do Sudeste. Segundo ela, há um registro histórico de uma procissão iluminada que aconteceu na última década do Século XIX. Foi em 1891, mas numa Sexta-feira Santa. Não era fevereiro. Tratava-se da procissão do Senhor Morto.

A ligação entre a devoção à Nossa Senhora das Candeias e a vontade do Padre Cícero em criar emprego é um fato que precisa de comprovação. Porém, a história tem coerência com a atuação dele, que, em outros momentos, incentivou a economia local.

Dois exemplos são a inauguração de um campo de pouso, embrião do aeroporto, e a construção de uma estação ferroviária em Juazeiro do Norte. São obras da gestão dele como prefeito.

“Quando nasce na oralidade, é porque tem algo a ver. Essa história [procissão de Candeias] faz sentido enquanto ideia de mostrar o empreendedorismo dele”, afirma a historiadora.

Fonte: G1/CE

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