Iguatu

Representante dos Odontólogos denuncia perseguição e coronelismo contra dentistas de Iguatu

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Em sessão na câmara de vereadores de Iguatu, a Dra. Andreza Martins, representante do Sindicato dos Odontólogos, fez um discurso contundente, denunciando a perseguição e o coronelismo que os cirurgiões dentistas do município enfrentam em sua luta por direitos trabalhistas e reconhecimento profissional.

Dra. Andreza começou sua fala saudando os presentes e reverenciando seus colegas dentistas, que compareceram em peso para reivindicar seus direitos constitucionais. Ela destacou que o estado de greve, decretado pelo sindicato, não é crime e é uma medida legítima diante do descaso da gestão municipal.

A representante lembrou a lei 1314 de 1951, que regulamenta a profissão de cirurgião dentista e estabelece a necessidade de formação superior reconhecida pelo MEC. Apesar dessa regulamentação, os dentistas de Iguatu enfrentam condições adversas, incluindo a ausência de piso salarial, diferentemente de outras categorias dos postos de saúde.

Em março deste ano, a gestão municipal prometeu uma solução que garantiria os direitos sociais dos dentistas, como saúde, moradia e alimentação. Entretanto, quatro meses depois, essa promessa ainda não foi cumprida, levando os profissionais a deflagrarem o estado de greve no dia 17 de junho.

Durante seu discurso, Dra. Andreza criticou a gestão por tratar os dentistas com desdém e os excluírem das discussões sobre indicadores e gratificações. Ela relatou um episódio recente de retaliação, onde a coordenação de saúde bucal, sob ordens da secretária de saúde, tentou intimidá-la por sua atuação como porta-voz do movimento grevista. O caso já está sendo investigado pelo Ministério Público.

“A gestão municipal entregou aos dentistas um cheque inválido, com a desculpa de falta de recursos durante o período eleitoral. Recusamo-nos a acreditar que não haja dinheiro suficiente nos cofres do município”, declarou Dra. Andreza, questionando a veracidade das alegações da gestão.

Ela ressaltou que o município de Iguatu ainda persiste em práticas de coronelismo, onde a perseguição e o assédio são usados como ferramentas para silenciar os trabalhadores. “Não estamos atacando ninguém, nosso partido é o cirurgião dentista de Iguatu e buscamos promover o direito da população a uma saúde bucal de qualidade”, afirmou.

Ao final de seu discurso, Dra. Andreza fez um apelo aos vereadores para que conduzam a cidade pelo caminho da justiça e da liberdade, e não pela via da perseguição. Parafraseando Nina Simone, ela declarou: “Liberdade para mim é não ter medo.”

A luta dos dentistas de Iguatu continua, e eles permanecem em estado de greve até que suas reivindicações sejam atendidas.

 

Este discurso é da Dra. Andreza Martins, representante do Sindicato dos Odontólogos

“Gostaria de saudar o excelentíssimo senhor presidente da casa, demais vereadores presentes e funcionários que estão trabalhando hoje. Quero também reverenciar todos os meus colegas dentistas aqui presentes, representando nossa categoria em prol de um direito constitucional. O estado de greve no município de Iguatu não é crime.

Quero lembrar a lei 1314 de 1951 que regulamenta o exercício profissional dos cirurgiões dentistas. A odontologia é exercida por quem tem ensino superior, regulamentado pelo MEC. Só essa categoria tem esse direito.

Hoje, estamos aqui movidos pela esperança, mas não ficaremos mais calados. Estou feliz por estar aqui neste dia que entrará para a história de Iguatu como a maior demonstração de emancipação dos cirurgiões dentistas estatutários. Há 63 anos, uma lei federal foi reafirmada pelo Supremo Tribunal Federal em 2022, mas ainda hoje a vida do dentista do setor público está dilacerada pelas algemas da segregação e perseguição. Todas as categorias dos postos de saúde têm piso salarial, menos os dentistas de Iguatu. Não somos incluídos nas reuniões para discutir indicadores ou gratificações.

No dia 8 de março deste ano, a gestão municipal prometeu a carta de alforria, garantindo nossos direitos sociais. Vários municípios do estado do Ceará já atenderam a essa demanda, mas estamos há quatro meses esperando pelo cumprimento dessa promessa. No dia 17 de junho, em assembleia geral, deflagramos o estado de greve dos cirurgiões dentistas de Iguatu.

Oficializamos nossa reivindicação em 2022 e 2023, mas até agora, em 2024, não temos nada concreto. Permaneceremos em greve até que tenhamos algo certo e concreto. Viemos aqui para descontar um cheque que nos dará a realização de sonhos de liberdade e segurança na justiça. A gestão municipal entregou um cheque inválido, alegando falta de recursos durante o período eleitoral.

O Iguatu de hoje ainda persiste nos modelos de perseguição da época do coronelismo. Na última quinta-feira, fui informado de que, por ser uma das porta-vozes do estado de greve, fui alvo de retaliação pela coordenação de saúde bucal, sob ordens da secretária de saúde. Esse caso já está no Ministério Público. Não estamos atacando ninguém, nosso partido é o cirurgião dentista de Iguatu e buscamos promover o direito da população a uma saúde bucal de qualidade.

Quero que os iguatuenses compreendam a gravidade da situação. Em 2024, não é o fim, mas um começo. O Iguatu de hoje ainda não pagou essa nota promissória, mas qual o Iguatu de amanhã pagará? Nossa luta é pela liberdade e justiça, sem perseguição. Viemos pedir que os vereadores nos conduzam ao caminho da justiça, ao Iguatu da liberdade e não da perseguição e assédio. Parafraseando Nina Simone, liberdade para mim é não ter medo.”

 

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