Iguatu

Projeto “Cidadania é Ação” já colhe seus primeiros frutos

[caption id="attachment_19066" align="alignnone" width="900"]O autor do projeto e seus parceiros (Iury Sarmento)[/caption]

“Iguatu tem muros de hipocrisia. Eles precisam ser derrubados”. Quem levanta esta bandeira há mais de um ano é o agricultor Neto Braga, com seu projeto, “Cidadania é Ação”.

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O autor do projeto e seus parceiros (Iury Sarmento)

“Iguatu tem muros de hipocrisia. Eles precisam ser derrubados”. Quem levanta esta bandeira há mais de um ano é o agricultor Neto Braga, com seu projeto, “Cidadania é Ação”.

Voltado à preservação ambiental e com viés de cidadania e combate à violência através do esporte e religiosidade, o projeto começa a colher seus frutos, e conquista cada vez mais adeptos. 

“Somos todos ligados por um cordão umbilical”. Assim Neto define seu projeto: como a reunião de pessoas e instituições, todas ligadas ao Rio Jaguaribe. O apoio popular se faz necessário para colocar em prática as ações de seu carro-chefe, e dos seus desdobramentos, como o Troféu Anteu, as reuniões da MIPA, e o trabalho com garotos do time de futebol de salão River Plate. A Associação de Idosos Santa Edwirges também participa de vários momentos de interação, reforçando a ideia do fazer coletivo proposto pelo autor. 

União pela transformação

Ele acredita na formação do caráter humano, lutando contra a violência e a corrupção. Há muita preocupação com o material, e nenhuma com a natureza. Neto Braga acredita que a violência é filha de um “cinturão social” construído ao redor do rio por ação humana. 

Os “muros da hipocrisia” citados anteriormente são muros erguidos no final da Av. Dr José Holanda Montenegro, no trecho que dá acesso à lateral do SESC, e no final da Rua Santos Dumont, depois da Escola Modelo. Antes, era possível ter acesso ao rio por estes pontos. “Nossos filhos hoje só sabem chamar ‘Vamos para uma lan house’”, observa. Não há mais convites para ir ao rio. Porque não há um rio, mas um esgoto a céu aberto, como Neto faz questão de frisar. As populações ribeirinhas – Vila Neuma, Vila Moura e Chapadinha – são tratadas como senzalas, ele afirma. “A gente quer atravessar o leito desse rio seco com humanidade”.  

Sem comodismo 

A ideia de diminuir a violência toma corpo na mente do agricultor como um trabalho colaborativo, em que cada um faz a sua parte, sem esperar que outros venham e façam. Para alcançar um resultado, é preciso reconhecer que somos seres humanos, e que a humildade, simplicidade e grandeza transformam. Por isso a junção de diferentes segmentos: o esporte lida com a saúde física e mental, a igreja cuida do espírito, e o grupo de idosos mostra aos mais jovens que a sabedoria adquirida ao longo da vida vale muito. “Queremos dar a oportunidade de nossas crianças serem cidadãos, conhecerem seus direitos e os deveres”.  

Histórico

Entre as ações já desenvolvidas pelo projeto estão visitas ao rio com grupos de alunos, professores, e ainda a limpeza da quadra poliesportiva Veridiano Radamés, que já foi local de consumo de drogas, e hoje já tem outra utilidade, para a qual foi entregue à comunidade. Um campeonato foi recentemente promovido por Antonio Paulino, que comanda a escolinha de futebol River Plate. Foram 17 times competindo e brincando durante 11 dias. Os garotos têm idades entre 12 e14 anos. 

A mesma quadra é espaço para a fé. O pastor José de Arimateia, além da sede do Ministério Internacional Profético de Adoração (MIPA), também promove eventos regulares, que reúnem a juventude para conversar, orar e debater sobre a religiosidade. A igreja tem extensa agenda de eventos neste primeiro semestre, entre eles mutirão de ações gratuitas para a comunidade, com apoio de instituições diversas.    

Adesões bem vindas

Uma das parcerias firmadas é a da Escola Modelo, que já planeja uma Semana Ecológica toda voltada à temática levantada pelo agricultor. Além disso, desde o começo do ano, comunidades rurais se reúnem a convite dele para indicar dois nomes que poderiam representar o que ele chama de “homem com agá maiúsculo, o homem honesto, humilde”. Os vaqueiros e agricultores escolhidos serão homenageados pelo Troféu Anteu, comenda instituída em parceria com o IFCE campus Iguatu, dentro das comemorações de 60 anos da instituição. O troféu será entregue em solenidade na comunidade de José de Alencar, no mês de novembro. As histórias dos bravos homens encontrados por Neto Braga podem virar livro.   

Uma das últimas boas novas que o projeto teve foi uma homenagem que o empresário Ricardo Quinderé anunciou. Vai batizar o seu grupo de motociclistas de “Ciclopes do Rio da Onça”. O grupo planeja um passeio, partindo da Serra da Joaninha, beirando o rio, até as proximidades do açude Orós. Uma maneira de unir o lazer à consciência ambiental. 

O projeto segue colhendo outros frutos, e as conquistas poderão ser sentidas cada vez mais presentes no dia-a-dia do iguatuense. Há a possibilidade, por exemplo, de se incluir o estudo do Rio Jaguaribe no programa das escolas municipais. Neto Braga segue, incansável, com seus sonhos, parceiros, e aberto a novas adesões. 

 

 

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