Brasil
Presidente Dilma e ex-presidentes recepcionam restos mortais de João Goulart
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Ela chorava baixinho o tempo todo e balbuciava a todo instante a frase: “saudades de você, meu querido”.
Os restos mortais do ex-presidente foram levados para Brasília de uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, onde havia sido sepultado. Todo o traslado foi organizado e custeado pelo Governo Federal.
Foi a primeira vez que os restos mortais do ex-presidente voltou à Brasília, desde que sofreu o golpe de Estado, em 1964 e teve que deixar o pais se exilando no Uruguai.
O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) havia iniciado na segunda, (11/11), a coleta de assinaturas de adesão ao Projeto de Resolução que, em resumo, devolve o mandato ao 24º Presidente da República, João Goulart (1961-1964). Com base em ditames legais, Randolfe faz resgate histórico para declarar nula a destituição de “Jango”, como o ex-presidente ficou conhecido, uma vez que tanto o regimento interno do Congresso quando a própria Carta Magna foram violados para tirá-lo do cargo. Segundo o Senador, quando foi declarada a ‘vacância’ do cargo, o ex-presidente ainda estava no país.
O Governo Federal concedeu as devidas honras de Chefe de Estado a João Goulart, já que na época de seu falecimento, Jango não contou com esse ritual concedido aos chefes de estado. Ele morreu no exílio em 1976. De acordo com informações da família, o ex-presidente morreu de infarto, mas há suspeitas de que ele tenha sido vítima de envenenamento. Alguém, supostamente à serviço da ‘Operação Condor’ teria invadido os aposentos do ex-presidente e alterado os medicamentos que ele usava provocando a morte de ‘Jango’.
A presidenta Dilma Rousseff afirmou que este foi um grande momento para a democracia brasileira. “Hoje é um dia de encontro do Brasil com sua história. Como chefe de Estado da República Federativa do Brasil participo da recepção aos restos mortais de João Goulart, único presidente a morrer no exílio, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas por exames periciais”. Para Dilma, “essa cerimônia que o Estado brasileiro promove hoje com a memória de João Goulart é uma afirmação da nossa democracia. Uma democracia que se consolida com este gesto histórico”.
Fonte: Blog do Planalto