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Por que o Ceará tem sido tão atingido pelos efeitos das chuvas

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Foram quase 300 milímetros de chuvas acumulados pelo Ceará em março, superando a média esperada. Com um relevo que vai de serra a depressão, o Estado enfrenta, neste mês, uma situação de calamidade de proporção inédita na história recente, com centenas de famílias que perderam objetos, casas e até vidas pela força da água.

As fortes chuvas deste ano são exceção, e as cidades não estavam preparadas para recebê-las. A análise é de Assis Souza Filho, professor do Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade Federal do Ceará (UFC). O especialista, que é cientista-chefe em Recursos Hídricos da Fundação Cearense de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), observa que o Estado intercala “extremos de seca e de cheia” – mas ainda não sabe agir quando “sobra” água.

Nos municípios do interior, o baixo preço dos terrenos às margens de rios e açudes e a proximidade dos centros faz com que justamente essas áreas com risco de inundações e deslizamentos sejam as mais procuradas pela população vulnerável.

As perdas acontecem não apenas em enchentes, mas em outro fenômeno recorrente nas regiões serranas cearenses, neste mês: os deslizamentos. Sandra Baima, doutora em Engenharia Civil e professora do campus de Russas da UFC, explica que deslizamentos em encostas “são um processo natural”. O problema é quando há ocupações irregulares nas proximidades.

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