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Plasma humano pode passar a ser tratado como mercadoria, no Brasil

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Um dos componentes do nosso sangue humano, o plasma, pode passar a ser tratado como mercadoria no Brasil. Isso pode acontecer por meio de um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que foi votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado no início de novembro. O texto, que agora será decidido pelos senadores no plenário da Casa, é muito vinculado a interesses da iniciativa privada. A pauta polêmica deixa brechas para o enfraquecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) no futuro, segundo organizações sociais e instituições que atuam na coleta de sangue da rede pública.

O coordenador de captação do Hemocentro Regional de Iguatu-CE conversou com a reportagem da Mais FM e TV Mais sobre essa pauta. Assista a entrevista vinculada no programa Mais Notícias:


O plasma corresponde a cerca de 55% do sangue e é responsável por transportar nutrientes, hormônios e proteínas aos órgãos do corpo. Pela atual Lei do Sangue, todo plasma humano que não for usado em transfusões de sangue, deve ser direcionado gratuitamente ao SUS. A prerrogativa para a produção de medicamentos hemoderivados a partir do plasma, usados para tratar problemas imunológicos, câncer, HIV, entre outros, é da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia).

A PEC tem gerado controvérsias, pois, se aprovada, permitiria a comercialização do plasma humano e a entrada de empresas privadas na coleta e no processamento. A Associação Brasileira de Bancos de Sangue defende a PEC, porque alega que ter tanto empresas públicas quanto privadas atuando no setor pode ser bom para o país. “É importante a gente ter fábrica nacional ter fábrica pública, privada, aqui dentro, porque você vai usar essa matéria-prima, você vai gerar emprego, você vai criar tecnologia, você vai ter medicamento disponível e você vai gerar imposto, inclusive”, diz Paulo Tadeu de Almeida, presidente da Associação Brasileira de Bancos de Sangue. A presidente da Associação Brasileira de Pessoas com Hemofilia, Mariana Battazza, é contra a entrada da iniciativa privada, prevista na proposta, porque, segundo ela, os interesses do setor privado podem acabar criando uma espécie de mercado, o que prejudicaria o acesso dos pacientes a medicamentos que hoje são gratuitos.

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