Ceará
Óbitos por síndrome respiratória aumentam 67 vezes em 2020
Já foram registrados 5.397 óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Ceará. Houve aumento de 67,5 vezes em comparação a 2019, quando foram 80 confirmadas mortes em decorrência da síndrome. A comparação, que leva em consideração os dados referentes até a semana epidemiológica 23, reflete o impacto da pandemia da Covid-19. As informações são de boletim epidemiológico publicado ontem, 10, pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Dentre os casos com investigação laboratorial concluída, 2.700 (27,4%) não tiveram a etiologia especificada, 6.890 (70,0%) foram coronavírus, 109 (1,2%) foram outros vírus respiratórios, 128 (1,3%) foram influenza e 29 (0,3%) foram outros agentes etiológicos.
A SRAG é uma síndrome que pode ser causada por vários microrganismos. Nos últimos anos, foi causado, principalmente, pelo vírus influenza, explica Roberto da Justa, infectologista do Hospital São José e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). A proporção de casos de Covid-19 deve ser ainda maior, considerando que investigação ainda não foi concluída. É importante considerar que o percentual de casos com diagnóstico negativo para todos os vírus revelam uma “limitação dos métodos diagnósticos”.
“O RT-PCR é o melhor teste para diagnóstico, padrão ouro. Tem uma sensibilidade para diagnosticar 80% dos casos de coronavírus”, explica Justa, integrante do Coletivo Rebento – Médicos em Defesa da Ética, da Ciência e do SUS. “O teste vai dizer que é negativo mesmo sendo caso de coronavírus, principalmente, quando a coleta for feita precocemente, nos primeiros dois, três dias. E quando é coletado muito tardiamente, depois de 14 dias. Em geral dá negativo, mesmo que a pessoa tenha sido infectada pelo vírus. Tem que ser feita no momento adequado”, detalha o infectologista.
Segundo última atualização feita ontem, às 17h47min, na plataforma IntegraSUS, da Sesa, o Ceará chegou a 4.519 mortes e 71.947 casos confirmados pela Covid-19. Foram 2.924 casos e 160 óbitos a mais que os totais registrados no dia anterior. Os novos casos e novos óbitos são noticiados de acordo com a data de confirmação, mediante o resultado dos exames. Das mortes registradas, 8 ocorreram nas últimas 24 horas.
Balanço aponta ainda que 50.537 pessoas já se recuperaram da doença no Estado e 55.602 casos seguem em investigação. Além disso, já chega a 165.674 o número de exames realizados no Estado. Fortaleza é o município com o maior número de confirmações da patologia, com 29.322 casos confirmados e 2.714 mortes.
Fonte: O Povo